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Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
Alvo de busca e apreensão da Polícia Federal na quinta-feira passada, o senador Marcos do Val (PODEMOS-ES) comparece à quarta audiência da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas, que colhe o depoimento do ex-diretor geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvanei Vasques.
O senador é suspeito de obstrução de justiça nas investigações do 8 de janeiro ao difundir informações contraditórias e por atrapalhar o curso das análises. Marcos do Val se recusou dar depoimento à Polícia Federal, mas teve seu gabinete vasculhado por agentes na semana passada. Um malote com documentos, computador e celulares estão sendo analisados pela PF.
Ao todo, 16 parlamentares assinaram um requerimento para remover Marcos do Val como titular da Comissão por conflito de interesse, uma vez que é investigado por questões referentes aos Atos Golpistas. A substituição de Marcos do Val foi protocolada. A questão de ordem foi pedida pelo deputado Rogério Correia, mas o presidente da Comissão não reconheceu o pedido em função do regimento. Correia irá recorrer.
Em sua fala, Marcos do Val acusou o ministro da Justiça, Flávio Dino, de monitorar a oposição ao governo. O senador afirmou que Dino é acusado no Maranhão por vigiar desafetos e que ele recebeu um pedido de desculpas pela ação da Polícia Federal por delegados da própria PF.
O senador então leu mensagens que teria trocado com o ministro Alexandre de Moraes avisando-o sobre o pedido de golpe que Daniel Silveira teria feito a do Val para derrubar a República. O senador reclamou a exclusão dessas mensagens nos autos do processo e reforçou que "nem um estagiário teria feito uma ação tão esdrúxula".
Marcos do Val disse que a PF não encontrou o pen drive laranja, que contém informações que causariam o impeachment de Lula, segundo o senador, que acusou o governo de perseguição política. O senador voltou a frisar que usou técnicas de persuasão com a imprensa ao dar diferentes versões sobre um encontro entre Bolsonaro e o ex-deputado federal Daniel Silveira no ano passado.