O presidente do Senado,
Renan Calheiros (PMDB-AL), anuncia amanhã, em sessão do Congresso, a criação da CPI das Sanguessugas, destinada a investigar o desvio de recursos do Orçamento para a compra fraudulenta de ambulâncias. O esquema, desbaratado pela Polícia Federal no mês passado, envolve ex-parlamentares, deputados, senadores e assessores de parlamentares.
Calheiros reuniu-se hoje com os líderes partidários para debater a viabilidade da criação da comissão parlamentar. Dos 13 partidos que estiveram presente, só o PP se mostrou contrário à investigação do assunto pelo Congresso. O ex-líder da legenda, deputado Pedro Henry (MT), é um dos investigados pela PF e será objeto da nova CPI.
A comissão terá a participação de deputados e senadores e, diferentemente de outras CPIs, que têm prazo mínimo de 90 dias, a dos Sanguessugas deverá funcionar em prazo curto, por 30 dias prorrogáveis por mais 30. No entanto, esse prazo pode vir a ser prorrogado por tempo indeterminado.
O requerimento com as assinaturas será conferido ainda nesta quarta-feira pela Mesa Diretora do Congresso e será lido em sessão marcada para quinta-feira.
"Venceu a dignidade; perdeu a corrupção", disse o deputado Raul Jungmann (PPS-PE). "O pedido da CPI já está legalmente e regimentalmente dentro os parâmetros legais. A CPI só não será criada se inventarem uma nova farsa", afirmou a líder do Psol no Senado, Heloísa Helena (AL).
Calheiros disse aos líderes que respeitará a vontade dos partidos e dará seguimento ao pedido de criação. As regras da nova comissão serão definidas até quinta-feira. Ainda não está definido qual partido terá direito a indicar a presidência da comissão e qual legenda indicará o relator da nova CPI.