Sem ter ouvido duas testemunhas de defesa, o Conselho de Ética da Câmara terminou esta manhã a fase de formação de provas do processo contra o deputado José Janene (PP-PR), segundo o relator do processo, deputado Jairo Carneiro (PFL-BA). Seriam ouvidos hoje os deputados do PP Agnaldo Muniz (RO) e José Linhares (CE), arrolados pelo ex-líder do partido para defendê-lo.
Agnaldo Muniz alegou compromissos anteriormente agendados em seu estado para justificar sua ausência. Já José Linhares argumentou que só vai depor depois que o Janene for ouvido. O deputado paranaense, que deveria depor ontem no Conselho, encaminhou um ofício informando que não iria comparecer devido a problemas de saúde.
A despeito disso, o presidente do Conselho, Ricardo Izar (PTB-SP), disse que o processo contra Janene já está pronto, tem os depoimentos prestados pelo deputado à Polícia Federal e à Corregedoria da Câmara, e marcou a leitura e votação do relatório do deputado Jairo Carneiro (PFL-BA) para a próxima terça-feira. A votação pode ser adiada para sexta-feira que vem se houver um pedido de vista.
Acusado de ser beneficiário de R$ 4,1 milhões do valerioduto, Janene é alvo do processo - entre os 19 envolvidos no escândalo do mensalão - mais atrasado. Em sua defesa, o deputado afirma que o partido passava por problemas financeiros e que, com parte do dinheiro, o PP pagou um advogado que defenderia um integrante da bancada.