Membros do Primeiro Comando da Capital (PCC), facção criminosa que comandou os recentes ataques a São Paulo, souberam antecipadamente da tranferência de presídio de seus líderes, graças ao vazamento do depoimento sigiloso prestado pelo diretor do Departamento de Investigações, Godofredo Bittencourt, e pelo delegado Rui Ferraz à CPI do Tráfico de Armas. O depoimento foi realizado na última quarta-feira.
As informações foram vazadas pelo funcionário terceirizado da Câmara Arthur Vinícius Pilastres, técnico responsável pelas gravações das audiências. Em depoimento à Delegacia de Polícia Legislativa, Arthur confessou que receberia inicialmente R$ 200 pelo serviço, mas que o valor ainda seria negociado. A compra teria sido intermediada por advogados da facção criminosa. Neste momento, Pilastre depõe na CPI do Tráfico de Armas.
O vazamento do depoimento pode ter sido a causa dos ataques em São Paulo. Na audiência, Bittencourt antecipou à CPI que líderes do PCC seriam transferidos e que a polícia se preparava para enfrentar rebeliões no domingo, Dia das Mães. Ruy Ferraz contou que havia "uma movimentação estranha nos presídios". No dia seguinte ao depoimento, Ferraz afirmou que as informações haviam vazado e que os presos estavam ouvindo as fitas da reunião por celular. Integrantes da CPI também souberam que o áudio da reunião foi reproduzido em vários presídios paulistas.