Em entrevista à rádio CBN, o coordenador do Núcleo de Estudos da Violência, Sérgio Adorno, declarou que o estado de São Paulo corre o risco de assistir a uma matança indiscriminada por conta da reação da polícia aos ataques do crime organizado e do sentimento de impunidade por parte da população. Nesta madrugada, pelo menos sete pessoas foram mortas por policiais. Com isso, chega perto de 80 o número de suspeitos mortos pela polícia na guerra declarada contra o Primeiro Comando da Capital (PCC).
De acordo com Sérgio Adorno, é preciso que a sociedade mostre indignação com a ação da polícia. "A princípio a polícia não deveria matar ninguém, embora ela esteja autorizada a usar a força fatal, este deveria ser o último recurso", afirmou. Para Adorno, a ação violenta da polícia causa mais intranqüilidade e incerteza."É preciso ter forte indignação da população mostrando que este não é o caminho. Aliás, estamos cansados. É uma coisa que a polícia vem fazendo há anos e não resolve o problema. Se resolvesse, poderíamos dizer que é um 'custo'."
Segundo o último balanço oficial, divulgado pelo governo de São Paulo, desde sexta-feira (12) foram registrados 251 ataques.No total, 115 suspeitos foram presos e outros 71 foram mortos em supostos confrontos. As ações contra as forças de segurança causaram 44 mortes - 23 policiais militares, seis policiais civis, três guardas municipais, oito agentes de segurança penitenciária, e quatro civis. Ficaram feridos 22 PMs, seis policiais civis, oito guardas municipais, um agente penitenciário e 16 cidadãos.