A líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (PT-SC), contestou há pouco os dados apresentados esta tarde pelo deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA) sobre a suposta relação de 12 fundos de pensão com o valerioduto.
A senadora apresentou um documento elaborado pela Secretaria de Previdência Complementar do Ministério da Previdência, responsável pelo acompanhamento do sistema de previdência privada, que registra as aplicações de todos os fundos nos bancos Rural e BMG.
Segundo Ideli, os fundos estaduais e privados investiram de forma mais concentrada nos dois bancos do que os fundos patrocinados por empresas federais, foco da Sub-relatoria de Fundos de Pensão. "Só posso concluir que houve vantagem de mercado para atrair investimentos para esses bancos", ressaltou.
A senadora afirmou que os investimentos dos fundos federais são mais conservadores, enquanto alguns fundos estaduais chegaram a investir mais de 50% de seus recursos no BMG e no Rural - concentração considerada arriscada pelo mercado financeiro.
ACM Neto rebateu a petista. Disse ser impossível a comparação entre os dados da Secretaria de Previdência Complementar e as informações de seu relatório, pois ele trabalhou apenas com aplicações e renovação de aplicações, enquanto a secretaria considera o saldo total existente.
Ideli contestou ainda a afirmação do sub-relator de que haveria coincidência entre os resultados das aplicações dos fundos e os saques realizados pelo empresário Marcos Valério Fernandes de Souza para abastecer o mensalão. Apontando os gráficos apresentados pelo deputado, a senadora mostrou que os maiores saques ocorreram em momentos em que não houve aplicações.