Entrar

    Cadastro

    Notícias

    Colunas

    Artigos

    Informativo

    Estados

    Apoiadores

    Radar

    Quem Somos

    Fale Conosco

Entrar

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigos
  1. Home >
  2. Notícias >
  3. Vice-líder do governo é contra aliança com Lula em 2006

Publicidade

Publicidade

Receba notícias do Congresso em Foco:

E-mail Whatsapp Telegram Google News

Vice-líder do governo é contra aliança com Lula em 2006

Congresso em Foco

15/12/2005 | Atualizado 19/12/2005 às 10:06

A-A+
COMPARTILHE ESTA NOTÍCIA

Edson Sardinha

No que depender do vice-líder do governo na Câmara Beto Albuquerque (PSB-RS), o presidente Lula não terá o apoio do PSB na disputa à reeleição. Para justificar o rompimento com o PT em 2006, Albuquerque aponta dois motivos de ordem eleitoral: a verticalização partidária e a cláusula de barreira.

A primeira impede que os partidos façam, nos estados, coligações distintas das feitas em nível nacional. A outra restringe às legendas que obtiverem no mínimo 5% dos votos para a Câmara o direito de constituir lideranças e de receber recursos dos fundos partidários as legendas. "Não há nada que justifique pormos em risco a existência do Partido Socialista Brasileiro, que é um partido coerente histórica e ideologicamente, em homenagem a uma aliança presidencial", avisa o deputado, que é o segundo-vice-presidente nacional do PSB. Atrelado ao PT, segundo ele, o PSB corre risco de perder poder político.

Nesta entrevista exclusiva ao Congresso em Foco, o vice-líder do governo expressa toda a sua insatisfação com o PT e a política econômica do ministro Antonio Palocci (Fazenda). "O que não é compreensível, na nossa política econômica que aí está é, em primeiro lugar, o superávit exagerado que está sendo praticado. Muito maior que os 3,75% que o FMI nos impunha quando a ele estávamos subordinados. Hoje, nominalmente, chegamos a 6% do PIB. Isso é um exagero absurdo", critica. "O fundamentalismo econômico em algumas áreas que está sendo praticado pelo Ministério da Fazenda tem limites", emenda.

Também responsabiliza o PT pela crise política: "O governo está sofrendo pelos descaminhos que o PT impôs, por meio da sua alta cúpula, ao gerar relações promíscuas e incestuosas com alguns partidos que compuseram a base". 

Congresso em Foco - O ano de 2003 foi de tranqüilidade para o governo Lula no Congresso. Em 2004, foi o ano da negociação. Em 2005, estourou a crise. Quais as perspectivas para o governo em 2006?
Beto Albuquerque -
Será muito difícil, por ser um ano eleitoral. A política no Brasil ainda não está amadurecida para pensar em eleições sem tornar secundário o interesse da nação e as necessidades do país. Há um estoque de problemas graves de 2005 ainda não resolvidos. Há julgamentos por fazer. Vamos pegar todo esse rescaldo em 2006.

De que forma o governo pretende amenizar os efeitos desse rescaldo?
O governo tem uma pauta. A primeira iniciativa do governo em 2006 é mostrar ao Congresso a necessidade de termos o Fundeb (Fundo Nacional de Educação Básica), um plano nacional de habitação, uma política nacional de saneamento básico e de regulamentarmos a atividade das agências reguladoras para que as parcerias público-privadas aconteçam. Temos de demonstrar ao Congresso o mérito das questões que são fundamentais para o desenvolvimento do país. É lógico que nossa base anda um tanto quanto desengrenada. O governo tem de reconstruir essa unidade para que a gente possa ter coesão. Um ano eleitoral sem coesão da base da maioria é um ano perdido.

E a partir de que momento o governo começou a perder o controle de sua base?
O governo está sofrendo pelos descaminhos que o PT impôs, por meio da sua alta cúpula, ao gerar relações promíscuas e incestuosas com alguns partidos que compuseram a base. O governo paga na sua imagem e no seu crédito em razão dessas condutas equivocadas, que, evidentemente, foram incubadas para dentro do governo pela oposição, que agiu espertamente. O governo paga um preço alto pela má conduta do que ocorreu fora do Congresso, no nível da direção dos partidos. Essa é a realidade.

O governo virou vítima do PT?
Não é que foi vítima, mas tem pagado um preço grande em razão das relações equivocadas e ilegais que o PT teve com alguns partidos da base do governo.

O ex-ministro José Dirceu, enquanto esteve na Casa Civil, contribuiu de alguma fora para essa desagregação da base?
O ex-ministro José Dirceu tinha um grande poder de articulação política, era um homem sintonizado com as demandas de governo, tinha contato e força política. Infelizmente, pagou um preço alto pelo denuncismo e pela má conduta do Partido dos Trabalhadores, cujo ambiente de punição indiscriminada, com ou sem prova, se formou dentro do plenário.

Desde o início da atual gestão, líderes da base reclamam que o PT centraliza muito poder. Houve alguma mudança nesse comportamento desde o início da crise?
Depois da crise é muito difícil achar solução. O hegemonismo que o PT sempre procurou exercer sobre o governo e a base governista ficou bastante prejudicado. Temos sérios problemas de entendimento. Há muita gente querendo tirar algum tipo de vantagem ou barganha sobre o governo no momento em que a base está fragilizada. Isso dificulta, e muito, nossa ação coletiva.

Nesse sentido, a resolução aprovada pelo PT, no último dia 10, com críticas à política econômica torna ainda mais complicada a recomposição da base governista?
O presidente da República é do PT. O programa de governo, no primeiro turno das eleições de 2002, foi apresentado pelo PT. A política econômica que está em curso é uma política econômica que estava clara no programa de governo do PT. Falo à vontade porque nós, do PSB, apresentamos no primeiro turno da eleição um novo enfoque de política econômica. Chega a ser surpreendente que, a esta altura do campeonato e nessas circunstâncias, haja uma manifestação teoricamente independente do PT em relação à política econômica que ele mesmo protagonizou. A política econômica do governo é correta no que diz respeito à responsabilidade fiscal. O Brasil paga uma carga tributária enorme exatamente por causa de irresponsabilidades históricas.

Que tipo de irresponsabilidade?
De fazer e gastar o que não podia, fazer obras desnecessárias, criar privilégios e castas no serviço público. É preciso - e o governo Lula tem feito isso - agir com rigor fiscal, gastar só o que é possível, não fazer nada além do que pode. O que não é compreensível, na nossa política econômica que aí está é, em primeiro lugar, o superávit exagerado que está sendo praticado. Muito maior que os 3,75% que o FMI nos impunha quando a ele estávamos subordinados. Hoje, nominalmente, chegamos a 6% do PIB. Isso é um exagero absurdo. Se tivéssemos coragem de fazer algum mecanismo de controle sobre os capitais de curto prazo no país e sobre a volatilidade do próprio dólar, poderíamos reduzir o superávit e os juros sem espantar os US$ 24 bilhões que andam circulando na especulação brasileira. Mas esse é um remédio que deveríamos ter tomado há mais tempo. No macro, a política econômica tem feito um trabalho fundamental, que é manter a serenidade e a credibilidade internacional, e de crescer, ainda que em percentuais menores do que precisamos. Mas o fundamentalismo econômico em algumas áreas que está sendo praticado pelo Ministério da Fazenda tem limites.

O senhor disse que o PSB tinha outra concepção da política econômica desde o início do governo. Qual é a razão dessa mudança de postura do PT, a um ano da eleição?
Há um pouco de oportunismo, mas, de certa forma, uma autonomia que o PT já podia ter exercido antes. O PT está reivindicando esse poder meio tarde demais. Quando é muito tarde, pode soar oportunismo e isso acaba prejudicando ao colocar um conjunto de frentes contrárias ao governo. A situação piora quando alguns ministros começam a fazer coro a esse tipo de tese depois de concordarem, por três anos, com a política que está sendo implementada. Isso não ajuda, mas respeito a independência que o PT tem para tomar esse tipo de decisão.

Diante desse cenário, a tendência é o PSB não seguir o PT na reeleição de Lula?
Isso depende muito da verticalização. Se for mantida a verticalização eleitoral, em que um partido é obrigado a reproduzir nos estados a mesma coligação feita em plano nacional, vou defender, dentro do PSB, que nós não tenhamos uma coligação formal em nível nacional com o PT, porque precisamos vencer a cláusula de barreira. Não há nada que justifique pormos em risco a existência do Partido Socialista Brasileiro, que é um partido coerente histórica e ideologicamente, em homenagem a uma aliança presidencial. Mantida a verticalização, o PSB pode até ter candidato no primeiro turno ou não ter candidato algum. Mas não devemos nos coligar com ninguém para que possamos ultrapassar a cláusula de barreira, que é a cláusula mortal para a existência dos partidos a partir da eleição do ano que vem.

Mas em que o governo tem de mudar sua relação com a base?
É não dar mole para quem barganha. O governo tem de ter maioria em cima de projetos e compromissos e não dar mole para quem atrapalha.

O governo tem dado mole?
O governo vacilou num momento de dificuldade.

Em quais momentos?
Esses momentos de crise são de fragilidade. Nós temos que cumprir o trivial, respeitar o direito dos parlamentares e pagar suas emendas rigorosamente em dia. Os ministérios precisam fazer mais política. Ministro não pode ficar atrás de um bureau. Tem que falar com a imprensa, receber parlamentares e prefeitos. O governo precisa avançar nos compromissos que tem com os prefeitos, fazendo uma pauta municipalista importante.

Siga-nos noGoogle News
Compartilhar

Temas

Reportagem

LEIA MAIS

Justiça

Damares é condenada a indenizar professora por vídeo postado em redes sociais

Senado

Governo deve perder controle de quatro comissões no Senado

LEI DA FICHA LIMPA

Bolsonaristas articulam mudança na Ficha Limpa para tornar Bolsonaro elegível

NOTÍCIAS MAIS LIDAS
1

MELHORES PARLAMENTARES

Começou a votação do Prêmio Congresso em Foco 2025; vote agora

2

Saúde

Câmara aprova projeto para uso de musicoterapia como tratamento

3

Congresso

Senador explica apoio do PT à derrubada de veto que evita alta da luz

4

PRÊMIO CONGRESSO EM FOCO

Veja quem está concorrendo ao Prêmio Congresso em Foco 2025

5

TRAGÉDIA

Brasileira é encontrada morta após quatro dias em encosta de vulcão

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigosFale Conosco

CONGRESSO EM FOCO NAS REDES