O deputado Jamil Murad (PCdoB-SP) prestou depoimento hoje à CPI dos Bingos sobre o assassinato do ex-prefeito de Santo André (SP) Celso Daniel (PT), ocorrido em janeiro de 2002. Murad, que na época acompanhava as investigações, afirmou que a morte de Celso Daniel foi um crime comum, sem nenhum relacionamento com as supostas denúncias de propina na cidade que beneficiariam o PT.
Murad acompanhou a autópsia feita em Daniel, que foi conduzida pelo perito Carlos Delmonte, médico encontrado morto no último dia 12 de outubro. O perito suspeitava de crime encomendado, alegando ter encontrado sinais de tortura no corpo do ex-prefeito. O deputado, no entanto, rechaça a tese de Delmonte. Para ele, os seqüestradores do ex-prefeito teriam ficado receosos com a repercussão do caso e, por isso, optaram por matar Daniel. "Não foi a primeira vez que um seqüestrador eliminou seu refém", disse. O deputado ressaltou, também, que seu ponto de vista tem respaldo no laudo da Polícia Civil sobre o crime. Por fim, Murad ponderou que o fato de o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB-SP), não ter afastado os investigadores do caso avaliza o trabalho desenvolvido por eles.