Datafolha: Lula tem mais votos entre beneficiários de programas sociais
30/10/2005
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Os programas sociais do governo federal têm impulsionado o comércio local nas regiões mais carentes do país e, ao mesmo tempo, rendido dividendos eleitorais ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. É o que aponta levantamento do Datafolha, publicado na edição deste domingo do jornal Folha de S. Paulo.
Segundo a reportagem, os índices de aprovação ao governo Lula e de intenção de voto no petista são maiores do que a média nacional entre as pessoas beneficiadas diretamente ou que têm familiares contemplados por programas sociais.
A pesquisa realizada entre 20 e 21 de outubro aponta que, na média, 28% dos brasileiros consideram o governo Lula bom ou ótimo. O mesmo percentual o classifica de ruim ou péssimo. Para 42%, a administração é considerada regular.
Entre os eleitores que são beneficiados pelos programas sociais (diretamente ou por meio de familiares) o índice de bom ou ótimo pula para 34%. O índice está seis pontos acima da média nacional. Entre os beneficiários, a taxa dos que classificam o governo federal como ruim ou péssimo cai para 24%.
Essa aprovação maior se reflete também, segundo a Folha, nas intenções de voto para a sucessão presidencial em 2006. Lula alcança percentuais mais elevados de eleitores entre aqueles beneficiados por programas como o Bolsa-Família.
“Nos cenários traçados para o primeiro turno, Lula bateria todos os adversários, se votassem apenas os brasileiros que participam ou têm alguém da família beneficiado por programas sociais federais. A intenção de votos para Lula varia de 37% (numa disputa contra José Serra, do PSDB, que ficaria com 26%) a 40% (em um embate com o também tucano Geraldo Alckmin, que não passaria de 11%), entre os beneficiários destes projetos”, diz a reportagem.
Os números, continua a Folha, são melhores do que a média nacional. “Segundo a pesquisa, as intenções de voto em Lula no primeiro turno variam de 30% (contra Serra, que teria 27%) a 33% (contra Alckmin, que atingiria 16%)”, diz outro trecho da matéria.
Em um eventual segundo turno, se votassem apenas os beneficiados pelos programas sociais, Lula teria uma folgada vantagem sobre seu oponente mais próximo: 49% contra 41% de José Serra. Considerando-se as projeções do eleitorado nacional, o petista não seria reeleito. Perderia o segundo turno para Serra: 45% a 41%.
A principal bandeira do governo é o Bolsa-Família, que distribui de R$ 15 a R$ 95 (a média é R$ 66) para famílias com rendimento mensal menor do que R$ 100 por pessoa. O valor varia de acordo com o total de filhos e a renda da família. Em troca do pagamento, o governo exige o cumprimento de algumas exigências como a manutenção de crianças na escola e a realização de visitas constantes a postos de saúde.
Nos últimos seis meses, o comércio nos nove estados do Nordeste apresentou taxas de crescimento até seis vezes maiores do que a média nacional. Enquanto as vendas no Brasil cresceram 4,8% este ano, na Paraíba subiram 28%. Em Pernambuco, 15%.
Entre os nordestinos, o presidente tem sua melhor avaliação: 37% consideram o governo ótimo ou bom (nove pontos acima da média nacional) e 22% classificam o desempenho do presidente como ruim ou péssimo. A região é a única, segundo o Datafolha, em que Lula ganharia de Serra no segundo turno, se a eleição fosse hoje, com 54% a 35% das intenções de votos. O instituto ouviu, nos dias de pesquisa, 2.537 brasileiros, a partir de 16 anos, em municípios de todos os Estados do país.