Ministro sob suspeita
Congresso em Foco
2/10/2005 | Atualizado 4/10/2005 às 9:41
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A entrevista do ex-secretário-geral do PT Silvio Pereira não foi a única deste final de semana que envolveu figuras importantes do Partido dos Trabalhadores no esquema de recursos de campanha não-contabilizados - o chamado caixa dois. Soraya Garcia, ex-assessora financeira da campanha petista de 2004 na cidade paranaense de Londrina, declarou à revista Istoé, em entrevista ao jornalista Luiz Cláudio Cunha, que o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo Silva (então deputado), abastecia o esquema de caixa dois na segunda maior cidade do Paraná.
"Quando (Paulo Bernardo) vinha a Londrina, dinheiro em grande volume aparecia na campanha. Chegava em sacola, que o Paulo Bernardo entregava para o Augusto Ermétio, coordenador de campanha, ou Jacks Dias, presidente do PT local. Foram quatro vezes ainda no primeiro turno. Uma no final de agosto e outras três em setembro", acusa a secretária, que auxiliou na campanha da reeleição do prefeito Nedson Luiz Micheleti.
Soraya Garcia prestará depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios nesta terça-feira (4), às 11 horas. A ex-assessora financeira do PT de Londrina afirmou que, neste depoimento, entregará novos documentos que comprovariam gastos não contabilizados na campanha do partido. Os petistas do Paraná tentam minimizar o depoimento de Soraya, mas a Polícia Federal, que em julho já ouviu parte de suas denúncias, está convencida de que ela tinha total conhecimento da movimentação das "contas não contabilizadas" do PT de Londrina. A prestação de contas do diretório municipal à Justiça Eleitoral registra despesas de R$ 1,3 milhão. Segundo depoimento de Soraya ao Ministério Público, R$ 6,5 milhões foram gastos naquela campanha via caixa dois.
