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dirigente do PT
Congresso em Foco
4/8/2023 | Atualizado às 8:00
"O ideal era que se juntassem as lideranças do PT, e aí entra Lula e Haddad, Alckmin e Márcio França - PSB, portanto - , PDT. a Tabata Amaral, o Boulos, a Marina [Silva]... juntasse, colocasse todo mundo na mesma sala, e que nesse caldeirão, nessa feijoada surgisse um candidato que pudesse ampliar"Jilmar Tatto já foi, ele próprio, candidato a prefeito de São Paulo. Disputou a eleição em 2020 e ficou em sexto lugar, com 8,65% dos votos válidos. Boulos avançou para o segundo turno, mas foi derrotado naquele ano pelo então prefeito da cidade, Bruno Covas (PSDB), que se reelegeu. Ricardo Nunes era o vice de Bruno. Assumiu a prefeitura quando Covas morreu por conta de um câncer no aparelho digestivo, em 16 de maio de 2021. Se o apoio do PT a Boulos se confirmar, será a primeira eleição para prefeito de São Paulo em que o partido não lança um candidato próprio. O deputado ainda considera que o apoio a Boulos dividiria os aliados ao governo federal. Sem um candidato do PT, argumenta, Lula fica mais sujeito a pressões para não se envolver na campanha municipal. Jilmar também acha que este cenário desestimula a participação de Geraldo Alckmin, vice-presidente da República e ex-governador do estado de São Paulo. Na entrevista, Jilmar ainda contou sobre a tensão entre PT e Psol na Câmara dos Deputados e disse que enxerga potencial na pré-candidatura de Tabata Amaral (PSB) para a mesma Prefeitura de São Paulo. Leia abaixo o que Jilmar Tatto disse ao Congresso em Foco a respeito das eleições paulistanas no ano que vem. Congresso em Foco - No próximo sábado, o Partido dos Trabalhadores deve anunciar apoio a Guilherme Boulos para prefeito de São Paulo, no congresso do PT municipal. O sr. já criticou este acordo publicamente. O que fazer agora? Jilmar Tatto - Para você entender o contexto: o PT tem a presidência da República. O PT governou a cidade de São Paulo três vezes. Deixou marcas profundas na cidade de São Paulo. E o Lula e o Haddad, ambos ganharam na cidade de São Paulo na última eleição, para governador e para presidente da República. O PT tem a maior bancada de vereadores do Brasil lá em São Paulo. A cidade de São Paulo é progressista - de centro-esquerda, ou, às vezes, de centro-direita. Então o Valdemar [Costa Neto, presidente do PL] pensa o seguinte: se eu lanço um candidato raiz, bolsonarista, eu perco a eleição. Ele está fazendo uma inflexão ao centro. Quer apoiar o Ricardo Nunes, porque daí carrega o voto da centro-direita. Traz o Ricardo Nunes para uma relação boa com ele, com o partido dele e com o bolsonarismo. Para a esquerda ganhar em São Paulo, no meu pensamento, ela tem que fazer uma inflexão ao centro. Quando a Marta [Suplicy] ganhou, e o [Fernando] Haddad, foi isso que aconteceu, a gente fez uma inflexão ao centro. E o que nós estamos fazendo agora? O PT vai apoiar um candidato de esquerda, está fazendo uma inflexão à esquerda. Então nós estamos ajudando o Ricardo Nunes a ganhar a eleição. Nada contra o [Guilherme] Boulos, não é um problema com a figura do Boulos. É que o Psol, na minha concepção, não ganha eleição na cidade de São Paulo. Entendeu? Dito isso, tem um acordo, então o PT vai apoiar o Psol. Eu tentei falar que é um erro, é o caminho da derrota. Mas como tem um acordo, nós não vamos romper o acordo feito pela Gleisi [Hoffmann, presidente do partido], com a anuência do presidente Lula. Então, no final de semana, vai aprovar apoio ao Boulos. O PT vai ter a vice. Então o sr. já considera isso inevitável. Sim. Eu procurei alertar. Gostaria de estar errado, a eleição vai ser ano que vem e vamos aguardar o resultado. Nós vamos trabalhar para ganhar. Mas do ponto de vista histórico do comportamento do eleitor na cidade de São Paulo, não é isso que acontece. É uma sinalização ruim para o resto do país. O que vai se passar na cabeça das pessoas no resto do país? Que o PT não está dando importância para as eleições municipais. Porque, na principal cidade, o PT abriu mão. E a eleição de 2024 fortalece nosso projeto para disputar 2026 - o PT não entrar enfraquecido e perder alianças, entendeu? Eleição municipal é para fortalecer os partidos. A lógica tem que ser essa. Os partidos têm que jogar, ter time. Time que não joga não tem torcida. Não há margem para essa decisão ser adiada? Não. O PT apoia o Psol. O PT vai cumprir o acordo. A militância do PT, brava, vai cumprir. O PT se prejudica também ao não apresentar um candidato? O ideal era que se juntassem as lideranças do PT, e aí entra Lula e Haddad, Alckmin e Márcio França - PSB, portanto - , PDT. a Tabata Amaral, o Boulos, a Marina [Silva]... juntasse, colocasse todo mundo na mesma sala, e que nesse caldeirão, nessa feijoada surgisse um candidato que pudesse ampliar. Não à esquerda, porque a esquerda já é nossa. A esquerda já vota no candidato do PT, no Lula, no Boulos. Mas alguém que pudesse disputar o centro com o Ricardo Nunes. O fato do Bolsonaro estar com o Ricardo Nunes afasta eleitores. Tem que pegar esses descontentes, e não é isso que está acontecendo. Por esse critério de conquistar o eleitor mais ao centro, Tabata Amaral pode ser uma candidata mais competitiva do que o Guilherme Boulos? Pode vir a ser. A Tabata pode vir a ser. Ela é de periferia. É jovem, mulher. Tem um perfil que o paulistano gosta, uma história bonita. Dependendo de como for a construção da candidatura dela, ela pode surpreender. Não dou de barato que ela está fora do páreo. Os partidos de centro que estão na base do governo vão pressionar o presidente Lula para que ele não faça campanha para o Boulos. Vão falar: "Presidente, ele não é nem do seu partido. Por que você vai prejudicar o nosso, do MDB?". Fico imaginando o Baleia Rossi [deputado por São Paulo, presidente do MDB] falando isso. Vai ter pressão. E o Alckmin poderia ser mais "atirado" se fosse uma candidatura do PT, porque é o partido do presidente da República, ele é vice-presidente da República. Mas, se a candidatura for do Psol, o Alckmin vai falar "meu compromisso não é com o Psol". E, ao mesmo tempo, o partido dele deve ter candidata. .e tem candidata do partido dele. Então, o Alckmin não vai apoiar o candidato do PT. Aí fica esquisito. O vice-presidente apoia um candidato, e o presidente apoia outro. Eu desconfio que nenhum dos dois vai descer lá. Vai gravar [prestar apoio por vídeo]. Vai gravar e, ó, boa sorte. Desconfio que isso possa vir a acontecer. E o que tem de ruim nisso? Tem de ruim que só fortalece a candidatura do Ricardo Nunes. Como tem sido a relação do Psol junto ao PT no Congresso, considerando-se as divergências em votações importantes? É uma relação tensa. O próprio José Guimarães, líder do Governo, falou: "Vai ter consequência". No arcabouço fiscal, os extremos se juntaram, o Psol votou com o PL. Na cidade de São Paulo é muita tensa a relação, na Câmara e nos movimentos sociais. O Psol cresce em cima do PT. Ser governo às vezes envolve desgaste, o Psol fica sempre numa zona de conforto em relação às votações. Na grande política estão conosco, na defesa da democracia, dos direitos sociais, contra o bolsonarismo. Mas é um partido que disputa conosco o nosso eleitorado. E vai crescer em função disso.
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