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DEMOCRACIA

O que muda quando mulheres negras ocupam o poder

Única mulher negra a liderar um partido na Câmara, Talíria Petrone defende abertura de caminhos para experiências silenciadas.

Taliria Petrone

Taliria Petrone

29/3/2025 | Atualizado às 11:01

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Março, o mês em que se celebra o Dia Internacional da Mulher, chega ao fim, e alguns debates seguem urgentes. Em pleno 2025, sigo sendo a única mulher negra no colégio de líderes da Câmara dos Deputados. Entre todos os partidos representados, apenas o meu decidiu indicar uma mulher negra para a liderança da bancada.

Essa escolha carrega muitos desafios e, ao mesmo tempo, revela o quanto ainda estamos distantes do que a democracia exige. Afinal, falta representatividade para a maioria da população brasileira: somos mais de 81,8 milhões de eleitoras, o que corresponde a 52,47% do total, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Primeira mulher negra eleita deputada estadual no Brasil, a catarinense Antonieta de Barros concebeu o 15 de outubro como Dia do Professor

Primeira mulher negra eleita deputada estadual no Brasil, a catarinense Antonieta de Barros concebeu o 15 de outubro como Dia do ProfessorMemorial Antonieta de Barros

Tenho convicção de que precisamos ocupar todos os espaços de poder. A caminhada até lá, no entanto, é dura. Ainda é difícil eleger mulheres seja pela sobrecarga que recai sobre elas, seja pela falta de apoio real de seus partidos, o que ocorre com frequência em diversas legendas.

E quando conseguimos nos eleger, os obstáculos não desaparecem. Seguem presentes nos espaços decisórios do poder institucional: presidências de comissões, lideranças partidárias, relatorias de projetos estratégicos. Ainda assim, quando uma mulher chega a esses lugares, algo muda. A política ganha em profundidade e qualidade.

Isso porque passamos a considerar, com centralidade, o olhar da mulher negra. A política econômica, o orçamento público, os debates sobre renda, empregabilidade e transporte começam a ser pensados a partir de vivências concretas: da mãe solo, da trabalhadora que enfrenta ônibus lotado todos os dias, da mulher que é a cara do povo brasileiro. Em cada espaço que ocupo, levo comigo a pergunta: como essa política vai impactar a vida das mulheres negras na ponta?

Recentemente, um levantamento do Think Olga revelou que ainda serão necessárias seis gerações para alcançarmos uma paridade efetiva com os homens na política. Em outubro do ano passado, o Congresso em Foco também destacou esse abismo: mesmo sendo maioria no eleitorado, as mulheres seguem longe de uma participação mais equitativa. Para se ter uma ideia, no último pleito municipal houve apenas 64 prefeitas eleitas a mais do que em 2020 um aumento tímido de apenas 1%.

Mas a falta de representatividade feminina na política não é apenas uma questão de números. É uma urgência democrática. Precisamos de mais mulheres na política, com compromissos reais com uma agenda progressista.

A batalha por legitimidade e presença efetiva nos espaços de poder é longa. Mas ampliar a presença de mulheres negras comprometidas com mudanças estruturais é essencial para transformar a política. Afinal, não há democracia plena sem a participação de mulheres negras em todos os espaços de decisão. Nossa presença não é apenas simbólica, ela é transformadora. E abre caminho para perspectivas e experiências que foram silenciadas por tempo demais.

O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para [email protected].

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