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Matriz energética
15/6/2025 11:00
A discussão sobre a transição energética, tão urgente quanto complexa, não pode se furtar a uma verdade cada vez mais evidente: não há transição energética segura, estável e de baixo carbono sem a participação ativa da energia nuclear.
Com o aumento da demanda por eletricidade no mundo, especialmente em países em desenvolvimento como o Brasil, cresce também a necessidade de fontes que ofereçam confiabilidade, baixo impacto ambiental e capacidade de geração em larga escala. A energia nuclear atende a todos esses requisitos, sendo uma aliada estratégica na luta contra as mudanças climáticas.
De acordo com a Agência Internacional de Energia (IEA), será necessário triplicar a capacidade instalada de energia nuclear até 2050 para que o mundo consiga cumprir as metas de neutralidade de carbono assumidas no Acordo de Paris. O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) também reconhece o papel da energia nuclear como essencial em cenários de contenção do aquecimento global.
O Brasil está bem-posicionado para ampliar sua participação nesse movimento. Já operamos duas usinas nucleares (Angra 1 e Angra 2), porém ainda enfrentamos o impasse de Angra 3. É evidente que temos um dos maiores potenciais do mundo para expansão do setor. Nosso país detém a sexta maior reserva de urânio do planeta e domina toda a cadeia do combustível nuclear. Temos, portanto, soberania e conhecimento técnico para avançar com responsabilidade.
Em tempos de crise energética, como os vividos na Europa recentemente, a resiliência do modelo nuclear tem sido colocada à prova e aprovada. Países como França, Reino Unido e até mesmo a Alemanha que antes caminhava para o desligamento de seus reatores reavaliam suas políticas e voltam a investir no setor. Globalmente, mais de 50 reatores nucleares estão em construção atualmente, segundo a World Nuclear Association (WNA).
A transição energética brasileira não será completa apenas com renováveis intermitentes como solar e eólica. Elas são fundamentais, sim, mas precisam ser complementadas por fontes estáveis e despacháveis. Como já afirmei anteriormente, a energia nuclear surge como um tópico essencial nesse cenário, oferecendo caminhos para diversificação da matriz energética, redução das emissões de gases de efeito estufa e estímulo ao crescimento econômico sustentável.
Para que o Brasil avance nessa direção, é preciso modernizar o marco regulatório, atrair investimentos privados e promover uma comunicação clara e transparente com a sociedade. Temos atuado fortemente nesse sentido, dialogando com o governo, com o setor produtivo e com a comunidade internacional.
A energia nuclear não é inimiga das renováveis. Pelo contrário: é o elo que faltava para que a transição energética seja de fato viável - econômica, ambiental e socialmente. O futuro exige coragem, planejamento e tecnologia. E a energia nuclear está pronta para cumprir seu papel.
O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para [email protected].