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Investigação

R$ 12 bilhões em fraude: a urgência da CPI do BRB

Apuração completa é dever ético e obrigação com o povo do DF.

Chico Vigilante

Chico Vigilante

19/11/2025 12:00

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A dura realidade que sempre denunciamos com veemência começa, finalmente, a ser exposta à luz crua dos fatos e das ações da Justiça. A operação da Polícia Federal que prendeu o banqueiro Daniel Vorcaro, controlador do Banco Master, e afastou o presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, não é um episódio isolado. É o desfecho previsível de um projeto de poder perverso, iniciado nos gabinetes do governo Ibaneis e Celina, que pretendia transformar um banco público, patrimônio do povo brasiliense, em um instrumento privado.

A cifra astronômica de R$ 12 bilhões, estimada pela PF como o montante da fraude, é a prova cabal do abismo de irresponsabilidade e da lesão ao patrimônio público que estavam sendo gestados. Desde o primeiro instante em que a proposta de compra do Master pelo BRB veio à tona, a nossa Bancada do Partido dos Trabalhadores ergueu a bandeira da resistência. Não foi uma oposição leviana ou ideológica, mas uma defesa intransigente do interesse público, lastreada em alertas técnicos e na mais pura lógica.

Diante da magnitude do rombo potencial, R$ 12 bilhões, dinheiro que daria para construir hospitais, escolas e gerar empregos, não podemos nos furtar à nossa obrigação parlamentar. A instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do BRB na Câmara Legislativa não é uma opção, é um imperativo ético e uma demanda da sociedade. A CPI terá a missão de destrinchar minuciosamente toda a trama, bem como esclarecer quais foram os trâmites internos no BRB que permitiram avançar nessa negociação temerária.

O Banco Central, guardião do sistema financeiro, identificou os riscos e vetou a operação. No entanto, a teimosia do governo distrital em seguir adiante, desprezando os avisos técnicos, só pode ser explicada por um conluio de interesses escusos. A prisão de Vorcaro por emissão de títulos falsos e a decretação da liquidação do Master pelo BC confirmam que queriam empurrar um elefante moribundo para dentro da nossa casa.

Tentativa de compra do Master expôs riscos graves.

Tentativa de compra do Master expôs riscos graves.Renato S. Cerqueira/Ato Press/Folhapress

O que estava em jogo não era um mero "negócio de desenvolvimento", como tentaram vender à sociedade com um discurso enganoso. Era, na verdade, uma operação de socorro a um banco privado falido, um balão de oxigênio para um empresário agora preso, às custas do dinheiro público dos brasilienses. A tentativa desesperada de venda para o misterioso grupo Fictor, um dia antes das prisões, foi a cartada final de um projeto em frangalhos, uma manobra cínica para tentar iludir o mercado e os órgãos de controle. A farsa ruiu, mas a conta, se não fosse a ação enérgica da PF e do BC, seria nossa.

A transparência total é inegociável. Exigimos o acesso a todos os documentos, pareceres técnicos, laudos de auditoria e relatórios de risco que circularam sobre esse caso. A população do Distrito Federal precisa saber nomes, sobrenomes e a exata dimensão da irresponsabilidade que colocou seu patrimônio em risco. A CPI será o fórum adequado para trazer à tona as conexões perigosas entre o poder público e interesses privados escusos, uma prática que infelizmente ainda insiste em persistir na estrutura de governo.

Além da apuração dos fatos, é fundamental a responsabilização integral. Não basta o afastamento temporário de gestores. É preciso que haja responsabilização criminal, civil e política de todos os envolvidos. Desde o presidente do BRB, que agora responde a mandado de busca e apreensão, até os agentes públicos e privados que, com ação ou omissão, permitiram que este cenário de catástrofe se avizinhasse. A mensagem precisa ser clara: usar o erário público como moeda de troca em negociações fraudulentas é um crime gravíssimo e será punido com todo o rigor da lei.

Eu sempre entendi que a função de um banco público como o BRB é promover o desenvolvimento com justiça social, financiando a moradia popular, a agricultura familiar, o pequeno empresário e fomentando políticas que reduzam as desigualdades. Desvirtuar sua finalidade para servir de tábua de salvação para magnatas desonestos é uma traição ao seu ethos e ao povo que o sustenta. Nossa luta é para resgatar o BRB para seu legítimo dono: o cidadão e a cidadã brasiliense.

Por fim, não descansaremos enquanto a verdade não for totalmente esclarecida e a justiça não for feita. A CPI do BRB é o caminho para devolver a Brasília a segurança financeira e a confiança em suas instituições. O povo não pode e não deve pagar por um prejuízo que nunca foi seu. Seguiremos vigilantes, na trincheira do parlamento, ao lado daqueles que sempre foram os verdadeiros interessados nessa história: a população trabalhadora que exige um governo ético e comprometido com o bem comum. A nossa luta é pela verdade, e ela prevalecerá.


O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para [email protected].

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