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Eleições 2026

Malafaia confunde influência com poder político

Ao contestar a escolha de Flávio Bolsonaro para 2026, Malafaia ignora quem concentra votos, define rumos e sustenta o comando real da direita.

Henrique Alves da Rocha

Henrique Alves da Rocha

24/12/2025 9:00

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Desde junho de 2023, Jair Bolsonaro está oficialmente inelegível. Desde então, a pressão para que indicasse um substituto para a disputa presidencial de 2026 tornou-se constante. Essa pressão se intensificou drasticamente em 2025, após sua prisão, quando parte da direita passou a exigir uma definição imediata, quase ansiosa, como se a liderança pudesse ser transferida por clamor ou conveniência.

Após quase 200 dias preso, Bolsonaro finalmente anunciou seu nome: Flávio Bolsonaro.

A decisão, inicialmente recebida com desconfiança por setores da própria direita, mostrou-se acertada em poucos dias. Não apenas por se tratar de um "Bolsonaro", o que por si só já carrega um capital político inegável, mas principalmente pelo desempenho de Flávio em entrevistas, debates públicos e, sobretudo, nas pesquisas eleitorais. O que parecia uma escolha arriscada revelou-se estratégica.

É preciso deixar algo muito claro que a decisão sobre quem substituiria Jair Bolsonaro jamais poderia ser tomada por qualquer outra pessoa que não ele próprio. Bolsonaro não é apenas mais um ator político, ele é o maior líder da direita brasileira contemporânea. É ele quem concentra, mobiliza e orienta milhões de votos. Gostem ou não, ele é o centro gravitacional desse campo político. Quem ignora isso ignora a realidade.

Não houve improviso. Não houve açodamento. Bolsonaro refletiu, avaliou cenários, suportou pressões internas e externas e só então decidiu. Liderança verdadeira não nasce do impulso, mas da responsabilidade.

Nesse contexto, causa estranheza a manifestação do pastor Silas Malafaia, que publicamente declarou discordar da escolha e passou a defender uma chapa formada por Tarcísio de Freitas com Michelle Bolsonaro como vice. Malafaia tem todo o direito de expressar sua opinião, isso é democracia. O que ele não tem é liderança política ou votos que o credenciem a impor rumos à direita brasileira.

Escolha de Bolsonaro expõe o limite do poder de Malafaia.

Escolha de Bolsonaro expõe o limite do poder de Malafaia.Eduardo Anizelli/Folhapress

Liderança não se mede por microfone, influência religiosa ou presença nas redes sociais. Mede-se por capacidade de conduzir massas, vencer eleições e assumir custos políticos. Nesse aspecto, Malafaia não ocupa esse lugar.

É interessante observar a postura de Ronaldo Caiado. Mesmo mantendo sua pré-candidatura, reconheceu publicamente o direito de Bolsonaro de fazer a indicação. Isso é maturidade política. Isso é compreensão da hierarquia real de forças.

Imaginemos, por um instante, o cenário absurdo que alguns parecem desejar: Bolsonaro revogando sua própria decisão porque Malafaia quer Tarcísio. Que tipo de líder seria esse? Como reagiriam seus milhões de apoiadores ao perceber que o homem que sempre foi símbolo de firmeza passou a terceirizar decisões estratégicas? A resposta é simples: a confiança seria abalada.

Sun Tzu, em A Arte da Guerra, ensina que um líder deve ser firme, coerente e digno da confiança de seus comandados. Ele afirma que "se as ordens não são claras ou não são cumpridas, a culpa é do general". Um exército só vence quando acredita no comando. Um movimento político só sobrevive quando seu líder mantém autoridade moral e estratégica.

Ao escolher Flávio Bolsonaro, Jair Bolsonaro exerceu exatamente esse papel: o de general que conhece seu terreno, suas tropas e seus objetivos. Ceder agora não seria gesto de humildade, mas de fraqueza, e Sun Tzu é categórico ao afirmar que a fraqueza percebida é convite ao caos.

A escolha de Flávio não desqualifica Tarcísio de Freitas. Pelo contrário. Reconhece nele um líder capacitado, cuja permanência à frente do estado mais rico do Brasil é estratégica não apenas para São Paulo, mas para o projeto nacional da direita. Cada peça no seu devido lugar fortalece o todo.

Nada foi feito por acaso. Nada foi feito sem cálculo. A liderança de Jair Bolsonaro sempre se sustentou na capacidade de decidir sob pressão, e essa decisão segue exatamente essa lógica.

Quem deseja uma direita forte precisa, antes de tudo, compreender e respeitar sua liderança. Porque, como ensina Sun Tzu, "um exército dividido em comando está derrotado antes mesmo de entrar em batalha".


O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para [email protected].

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