Entrar

    Cadastro

    Notícias

    Colunas

    Artigos

    Informativo

    Estados

    Apoiadores

    Radar

    Quem Somos

    Fale Conosco

Entrar

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigos
  1. Home >
  2. Artigos >
  3. Cinco décadas depois, Japão finalmente cria sua estatal de TI | Congresso em Foco

Publicidade

Publicidade

Receba notícias do Congresso em Foco:

E-mail Whatsapp Telegram Google News

Cinco décadas depois, Japão finalmente cria sua estatal de TI

Salve Seus Dados

Salve Seus Dados

22/9/2021 | Atualizado às 16:31

A-A+
COMPARTILHE ESTE ARTIGO

Mauricio Koki Matsutani* A pandemia da covid-19 no Japão foi o estopim para expor à sua população como os diversos órgãos de governo estavam despreparados para enfrentá-la. Muito embora possua um dos melhores sistemas de saúde pública do mundo, o baixo desempenho no enfrentamento deu-se, entre outras coisas, em função do que o governo japonês chamou de derrota digital. Tal como no Brasil, o governo japonês implantou um grande programa de distribuição de renda. Porém, o do Japão fracassou, devido à baixa digitalização de serviços públicos, alguns deles inclusive de operação manual. Diferente de lá, aqui no Brasil, a Dataprev conseguiu implantar o auxílio emergencial em apenas 6 dias, permitindo assim que a Caixa Econômica Federal realizasse os primeiros pagamentos logo em seguida. Outro fator que afetou o enfrentamento da covid-19 foi a falta de integração dos sistemas de TI. Cada ministério e município possui seus próprios sistemas de TI personalizados, criando dependência tecnológica junto aos seus fornecedores, que além de dificultar o compartilhamento de informações, provoca aumento de custos e dificulta a competição. Isso já ocorreu no Brasil e ficou conhecido após a privatização da Datamec, tornando o antigo Ministério do Trabalho e Emprego refém da multinacional Unisys. Anos mais tarde, todos os sistemas tiveram que ser reconstruídos pela Dataprev como forma de garantir a continuidade de negócios do citado ministério. Como resposta aos problemas apontados, o governo japonês criou a Agência Digital do Japão. A empresa estatal de tecnologia da informação tem como missão recuperar o atraso na transformação digital japonesa, de acordo com o ranking de Competitividade Digital Mundial do IMD (International Institute for Management Development). Os países desenvolvidos já perceberam a importância dos serviços públicos digitais e criaram agências dedicadas, como o Reino Unido, que fundou o Government Digital Service em 2011, e Cingapura, que criou a Agência de Tecnologia do Governo, conhecida como GovTech. Um dos maiores projetos desta nova estatal de TI será o GovCloud, como forma de resolver a colcha de retalhos de plataformas tecnológicas, assim como de cortar custos e implementar serviços mais rapidamente, como Dataprev e Serpro já fazem há muito tempo. Esta agência será responsável por desenvolver o sistema de certificados digitais de vacinas, que o governo planeja implantar até o final do ano, e que aqui no Brasil já existe por meio do aplicativo Conecte SUS do Ministério da Saúde. O controle da vacinação apresentou problemas de digitalização que poderiam ter sido evitados se a estatal de TI tivesse participado desde a fase de planejamento. Outro problema relatado foi em relação à governança. Uma investigação independente apontou um potencial conflito de interesses sobre o processo de licitação de um aplicativo para os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de Tóquio, daí a importância destas atividades serem executadas por funcionários públicos concursados. O exemplo do Japão não é isolado. Países desenvolvidos têm revisto o papel de empresas que prestam serviços à população, como água e esgoto, energia e agora, tecnologia da informação. Uma série de reestatizações está em curso hoje porque empresas privadas têm falhado em prover serviços de qualidade com um preço adequado e o enfoque cidadão que a Dataprev e o Serpro possuem. Causa estranheza o fato do Brasil não observar o contexto mundial e se arriscar a repetir os erros que já estão sendo sanados nesses locais. *Mauricio Koki Matsutani, é mestre em Estatística pela UFRJ e Analista de Tecnologia da Informação na Dataprev. O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para [email protected]. > Leia mais artigos do Salve Seus Dados
Se você chegou até aqui, uma pergunta: qual o único veículo brasileiro voltado exclusivamente para cobertura do Parlamento? Isso mesmo, é o Congresso em Foco. Estamos há 17 anos em Brasília de olho no centro do poder. Nosso jornalismo é único, comprometido e independente. Porque o Congresso em Foco é sempre o primeiro a saber. Precisamos muito do seu apoio para continuarmos firmes nessa missão, entregando a você e a todos um jornalismo de qualidade, comprometido com a sociedade e gratuito.
Mantenha o Congresso em Foco na frente.
JUNTE-SE A NÓS
Siga-nos noGoogle News
Compartilhar

Tags

artigo Opinião dataprev dados covid-19 Salve Seus Dados Mauricio Koki Matsutani

Temas

Salve Seus Dados
ARTIGOS MAIS LIDOS
1

Carlos Fidelis e Clara Fagundes

Bolsonaro sacrifica apoiadores para escapar do naufrágio

2

Simone Marquetto

O Brasil precisa do agro e o meio ambiente alinhados

3

Luciano Zucco

O que é uma primeira-dama?

4

Lúcio Reiner

Quando o inimigo vem pelo lado B

5

Renata Abreu

Quantas mulheres precisam ser violentadas para o Brasil agir?

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigosFale Conosco

CONGRESSO EM FOCO NAS REDES