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Marcus Pestana
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Cultura
31/5/2025 9:00
O cinema brasileiro vive um momento excepcional. O cinema condensa a vitalidade cultural de um povo, de um país. Por um motivo simples: nele reside o espaço de convergência de todas as outras formas de arte. Literatura, música, teatro, arquitetura, artes plásticas, escultura e dança se encontram no cinema.
Assistir a um bom filme na sala escura transforma consciências e atitudes, desperta emoções inimagináveis, alimenta fantasias. Apesar do cinema brasileiro carregar o nosso DNA, refletindo nossa originalidade e identidade nacional, é também universal pelos sentimentos humanos que reflete e desperta.
A safra 2024/2025 é capitaneada pelo excelente AINDA ESTOU AQUI dirigido por Walter Salles Jr. e com o magistral desempenho de Fernanda Torres, escoltada por excepcional elenco. O filme já foi cantado em versos e prosa. Sucesso de público e crítica, culminou com a conquista inédita do Oscar de melhor filme estrangeiro. Nos fez mergulhar nos terríveis e dramáticos anos de ditadura, nos relembrando que brasileiros resistiram, sofreram e venceram. Mergulhar naquelas cenas nos fez reavivar o compromisso: democracia sempre! Ditadura nunca mais!
No mesmo nível veio MALU de Pedro Freire. Uma artista de teatro, que carrega as fantasias e utopias da geração de 68, sonha em montar um centro cultural numa comunidade da periferia do Rio de Janeiro, e, em paralelo, enfrenta o difícil convívio com a mãe e a filha, refletindo diferentes perspectivas de três gerações. Yara de Novaes, Carol Duarte, Juliana Cunha e Átila Bee nos brindam com interpretações fantásticas, plenas de sensibilidade e emoção.
Mais recente estreiou HOMEM COM H de Esmir Filho, que nos faz viver por dentro a biografia e trajetória de um de nossos maiores artistas e cantores, Ney Matogrosso, trazendo à tona a travessia de uma geração que lutou contra preconceitos, perseguia um horizonte libertário, enfrentou a cesura, a discriminação e a AIDS. A mobilização de nossas emoções é magnetizada por um desempenho indescritível de Jesuíta Barbosa.
Agora, chegou ao cinema o maravilhoso MANAS da diretora Marianna Brennand Fortes. Uma história comovente ambientada no Brasil profundo, na recôndita floresta da Ilha de Marajó, revelando os dramas, os limites e os sonhos das mulheres ribeirinhas que enfrentam abusos sexuais na infância e na adolescência, a partir de suas próprias casas. Uma linda e sensível atuação de Dira Paes se dá cercada por atores paraenses, alguns em sua primeira atuação. A atriz estreante Jamilli Correa, de apenas 16 anos, não só tem um futuro brilhante como já construiu em MANAS um presente exuberante.
Paralelo à trajetória de AINDA ESTOU AQUI teve sua carreira desencadeada outro ótimo filme, MOTEL DESTINO, de Karim Ainouz, que retrata a história de um jovem pobre foragido do crime organizado que chega a um motel decadente e vive uma tensa e tórrida relação com o casal proprietário. Três desempenhos fantásticos de Iago Xavier, Nataly Rocha e o veterano Fábio Assunção, que tem seu melhor momento no cinema.
Isso sem falar em AUTO DA COMPADECIDA II, ESTOMAGO II, entre outros. E aí vem O AGENTE SECRETO. A indústria cinematográfica no mundo inteiro, exceto Hollywod, depende de apoio do poder público. Oxalá, os governos tenham sempre clareza disso e não matem o fantástico potencial do cinema brasileiro.
O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para [email protected].
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