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29/9/2020 | Atualizado 10/10/2021 às 16:06
No final da década de 1980, Chiquinho conseguiu, por indicação de um parente, uma colocação numa empresa em Brasília. A LG Logística e Serviços Gerais pertencia ao Deputado Distrital Luís Gama Ferreira da Silva. Praticamente todo o faturamento do empreendimento decorria de contratos (e pagamentos sem cobertura contratual) com o GDF (Governo do Distrito Federal).
Chiquinho cresceu dentro da empresa. Entendeu rápido como tudo funcionava. A força política do deputado garantia os contratos e os pagamentos. Certas figurinhas carimbadas eram indicadas para ocupar postos particularmente sensíveis na estrutura de algumas importantes secretarias. Essa gente era intocável. O rodízio de secretários era grande e eles permaneciam firmes e fortes. Esses operadores recebiam pelos cargos comissionados ocupados e ainda estavam na folha paralela da empresa.
Nesse contexto, o dia de Chiquinho chegou. O deputado fez uma proposta imperdível. Chiquinho seria demitido da empresa, permanecendo na folha paralela e seria nomeado num cargo comissionado na Secretaria de Gestão de Aquisições. Na sequência, seria designado executor de vários contratos do GDF com a empresa LG Logística e Serviços Gerais. As atribuições de Chiquinho foram postas de forma clara. Deveria atestar e viabilizar o pagamento de fornecimentos inexistentes e a menor.
Chiquinho surfou a onda durante mais de dez anos. De bem com vida, desfilava com carrão do ano e morava em casa com piscina. De festa em festa, bebia todas e mais algumas. O faturamento da LG aumentava e os "dividendos" de Chiquinho acompanhavam a alta.
Qual o desfecho da "odisseia" de Chiquinho? A "casa" caiu ou vai cair? Reza a lenda que perante a justiça terrena alguns Chiquinhos dançam e outros tantos não. Mas, como disse a meus alunos durante 17 (dezessete) anos de atividades acadêmicas, do livrão (da vida) ninguém escapa. Esse livrão registra todos os atos positivos e negativos do vivente. No momento certo, o livrão será lido e levantado o pertinente balanço. Suspeito, só suspeito, que Chiquinho (e sua turma), nesse momento crucial, não escapará da justiça indefectível. Afinal, "a semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória" (aqui ou alhures).
O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para [email protected].
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