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Senador sugere fim de terno e gravata como traje de trabalho

Congresso em Foco

31/10/2008 | Atualizado às 22:18

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Se depender do senador Gerson Camata (PMDB-ES), e de um certo estudo que ele virá a sugerir, a obrigatoriedade do uso de terno e gravata nas dependências do Congresso está com os dias contados. O parlamentar capixaba quer trazer ao Parlamento a experiência da Organização das Nações Unidas (ONU), que, na sua sede em Nova York, aboliu a obrigatoriedade do traje para manter aparelhos de ar condicionado funcionando em temperaturas menos frias – e, conseqüentemente, economizar energia elétrica e reduzir a emissão de poluentes como gás carbônico (CO²).

“Eles [os funcionários da ONU] fizeram uma experiência de um mês por lá. Aumentaram a temperatura dos aparelhos de ar condicionado de 19 graus para 24 graus”, disse Camata ao Congresso em Foco, informando que espera o resultado desse estudo da entidade para apresentá-lo à Mesa Diretora do Senado.

“Isso economiza muita energia elétrica, e ainda diminui a emissão de poluentes”, completou o senador, dizendo que a experiência da ONU revelou uma redução de 300 metros cúbicos diários na emissão de CO². Camata adiantou que, com base nos dados que receberá formalmente da ONU, vai sugerir à Mesa um estudo sobre quanto Câmara e Senado economizariam caso fossem aumentadas as temperaturas dos aparelhos de ar condicionado em 5 graus, durante em um mês.

"Você pode ir lá [no Congresso] agora que está tudo ligado", desafiou, imaginando o desperdício de energia elétrica. "Vai economizar meia Itaipu", ironizou, referindo-se à maior usina hidrelétrica do mundo em geração de energia.   

A despeito das implicações ecológicas e mesmo às referentes ao bem-estar masculino, já há quem estranhe a idéia de Gerson Camata. “[O uso de terno e gravata] é uma convenção cultural, uma lei não escrita”, disse a senadora Marisa Serrano, que costuma freqüentar elegantemente as dependências do Congresso – o mesmo que não consegue imaginar informalmente. Ela acha que a idéia não deve ter continuidade. “É estranho a gente ter parlamentares sem terno e gravata.”

Já o senador Tião Viana (PT-AC) acho um meio termo para a questão. Viana acha que a tradição deve ser mantida em sessões plenárias e reuniões especiais, mas que nas atividades das comissões temáticas e em outros setores do Senado o despojo pode ser admitido.

Deserto

Na última terça-feira (28), Brasília registrou seu recorde historico de calor, quando a temperatura máxima foi de 35,8º. Apenas na década de 60 o calor foi tão acentuado, mais precisamente em outubro de 1963, quando os termômetros marcaram 34,4º, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia.

Aliada à baixa humidade do ar da capital federal – que atinge pontos críticos nesta época do ano –, a sensação de calor que o brasiliense enfrenta no dia-a-dia reforça a pertinência da proposição de Camata. "O paletó e a gravata é um troço que vem da Europa. Não são eles [os países estrangeiros] que vão dizer como devemos nos vestir. O Brasil é um país tropical", provocou o senador.           

Fraque e casaca

Outro argumento de Camata para a mudança de hábito, mesmo um tão arraigado em repartições e instituições públicas, é o fato de que, em sua opinião, o Senado não perderá a "dignidade" se os homens passarem a se vestir de forma mais despojada. Para ele, a "liturgia do Senado" não será afrontada.

"Temos a Helóisa Helena [ex-senadora do Psol, entre 1999 e 2006], que se veste com uma calça jeans e uma camisa branca e não perde a dignidade. O que faz perder a dignidade é o nepotismo, a roubalheira, a sem-vergonhice", exemplificou Camata, referindo-se ao traje que a presidente nacional do Psol usava, invariavelmente, no Congresso. "Mas também não quero obrigar ninguém a deixar de usar terno e gravata."

Camata lembrou ainda que foi a iniciativa da senadora que flexibilizou as regras de vestimenta no Parlamento, segundo as quais mulheres não poderiam usar calça jeans nas dependências da Câmara e do Senado – eram admitidas apenas saias "dois dedos abaixo do joelho" para as damas.   

Além disso, diz Camata lembrou que, em outras épocas, senadores trabalhavam de fraque e casaca, vestimentas impensáveis para os padrões (e temperaturas) atuais. "O Senado não perdeu a dignidade porque acabou o [uso do] fraque. O mundo está mudando."

À reportagem, o senador fez questão de frisar que sua idéia não representa uma contestação ao formalismo da moda masculina, ou às tradições do Legislativo brasileiro. Mas, recorrendo a um conhecido aforismo, lançou reflexão sobre o vínculo (ou a ausência de) entre caráter e modo de vestir. "O hábito não faz o monge." (Fábio Góis)

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