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Congresso em Foco
21/11/2006 | Atualizado às 14:05
O empresário Valdebran Padilha, um dos principais acusados de envolvimento no escândalo do dossiê Vedoin, insistiu durante toda a primeira hora do depoimento na CPI dos Sanguessugas que sua participação no episódio tinha acontecido pela amizade de dez anos com o empresário e operador da máfia das ambulâncias, Luiz Antônio Vedoin. Mas sua versão não conveceu os integrantes da comissão e o empresário caiu em contradição ao ser confrontado com seu depoimento na Polícia Federal.
Padilha repetia a cada questionamento que não tinha nenhum interesse na negociação e que sabia que estava acontecendo, mas não "intervia em nenhum momento". "Quando eles estavam nessa conversa [dinheiro] eu me afastava", disse ao ser questionado pelo deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), que assumiu o lugar de relator devido à ausência do senador Amir Lando (PMDB-RO).
Segundo Padilha, sua função era saber se os petistas que também faziam parte da negociação iriam entregar o dinheiro. "Havia uma desconfiança de ambas as partes. Se um ia entregar o dinheiro e se o outro iria passar a informação", afirmou.
A versão de Padilha começou a cair em descrédito quando o vice-presidente da comissão, deputado Raul Jugmann (PPS-PE), leu parte do último depoimento dado pelo empresário, no dia 3 de outubro, na Polícia Federal, em Cuiabá. Segundo o texto, Padilha dizia que conhecia Luiz Antônio Vedoin há seis anos e que não tinha nenhuma relação de amizade e comercial com o operador do esquema das ambulâncias. "Não caiu versão nenhuma, se são 4 ou 6 anos é irrelevante. Amizade é relativa e eu não freqüentava a casa dele [Vedoin]", retrucou o depoente.
O deputado Júlio Redecker (PSDB-RS) questionou Valdebran sobre as suas relações comerciais com a família Vedoin. "Não tem relação comercial, mas pegava dinheiro emprestado?", perguntou Redecker. No início do depoimento, o empresário negou que tenha entrado na negociação porque devia dinheiro para os Vedoin, mas confirmou que tinha feito empréstimos com os donos da Planam antes de 2002.
"O pouco que houve foi cumprido e honrado e talvez por isso eles tenham me chamado para acompanhar o acordo", declarou Padilha. O empresário, que por 35 votos a favor e nenhum contra foi retirado do diretório regional do PT em Mato Grosso na última sexta-feira (17), ainda tenta sustentar a sua versão de que atendeu os Vedoin porque eles estavam "passando por problemas financeiros e de saúde na família".
O empresário disse que os Vedoin, Expedido Veloso e Gedimar Passos garantiam que toda a negociação estava registrada na Justiça Federal e por isso ele aceitou acompanhar a negociação do dossiê. (Lúcio Lambranho)
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