O deputado Coroliano Sales (PFL-BA), acusado de envolvimento com a máfia das ambulâncias, entregou hoje à Mesa Diretora da Câmara pedido de renúncia para fugir do processo de cassação que acarreta na perda de direitos políticos. O pedido ainda precisa ser lido no plenário.
Coroliano está entre os 72 parlamentares constantes no relatório parcial da CPI dos Sanguessugas que recomenda a abertura de processos por quebra de decoro no Conselho de Ética. O deputado aparece no relatório da CPI como acusado de receber R$ 172 mil da Planam, empresa apontada como chefe do esquema dos sanguessugas.
Coroliano deve ser o primeiro de uma série. O presidente do Conselho de Ética, deputado Ricardo Izar (PTB-SP), disse que tem recebido telefonemas de deputados dispostos a renunciar antes da abertura do processo. Segundo ele, pelo menos quatro já demonstraram sua disposição de renunciar.
A máfia das ambulâncias foi desbaratada pela Polícia Federal (PF) na Operação Sanguessuga em maio deste ano. Segundo a PF, o esquema existia desde 1999 e desviou R$ 110 milhões dos cofres públicos. A fraude foi descoberta pela Controladoria Geral da União (CGU) durante os sorteios de auditoria nas contas de municípios.
A quadrilha, chefiada pelos donos da Planam Darci e Luiz Antônio Vedoin, pagava propina a parlamentares que apresentavam emendas ao orçamento da União para compra de ambulâncias e equipamentos hospitalares. Além dos parlamentares e dos donos da Planam, há suspeita de que funcionários do Executivo estão envolvidos e prefeitos que compravam as ambulâncias.