Depois que o empresário Luiz Antônio Vedoin resolveu abrir o jogo para a Polícia Federal,aos poucos, o quebra-cabeça da máfia das ambulâncias vai sendo montado. Vedoin contou como atuava a Planam nas licitações. Ele disse que uma vez acertado com os parlamentares, sua empresa elaborava a proposta para a compra de equipamentos com o objetivo de ser beneficiada após a publicação dos editais.
Para garantir a vitória, segundo Vedoin, o grupo pagava compensações (R$ 2 mil a R$ 4 mil, conforme o depoimento) aos seus concorrentes. Também se comprometia a entrar em licitações futuras apenas para "dar cobertura" aos ganhadores, ou seja, só para fazer número. Mas para que o esquema funcionasse, havia a colaboração de servidores públicos.
De acordo com Vedoin, a Planam distribuía propinas a parlamentares, assessores, prefeitos e até a integrantes das comissões de licitação. Os pagamentos das propinas eram feitos com dinheiro vivo, depósito na conta de assessores, parentes ou terceiros indicados pelos parlamentares. A forma de entregar o dinheiro variava. O deputado Almir Moura (PFL-RJ), por exemplo, escolhia receber as comissões sempre no restaurante Cuca's, em Duque de Caxias. Outros recebiam diretamente no gabinete.