A recém-criada CPI dos Sanguessugas reúne-se hoje, às 10h, para definir o roteiro de trabalhos da comissão, que deve durar 60 dias. Os parlamentares vão aprovar os primeiros depoimentos à comissão: da ex-assessora Maria da Penha Lino, acusada de ser uma das articuladoras da máfia das ambulâncias no Executivo, e do empresário Darci Vedoin, sócio-presidente da Planan, empresa central do esquema.
Na primeira reunião, os parlamentares devem votar os requerimentos de convocação e solicitação de documentos apresentados até agora. A idéia é tentar limitar ao máximo o número de depoimentos na comissão para concentrar esforços na análise de provas. Os integrantes também vão eleger os vice-presidentes do colegiado.
Um dos requerimentos pede a quebra dos sigilos fiscal, bancário e telefônico de Maria da Penha e Darci Vedoin entre janeiro de 2003 e junho de 2006. A idéia verificar se eles mantinham contato com parlamentares acusados de envolvimento na fraude.
A Controladoria-Geral da União (CGU) vai colaborar com a CPI, conforme acordo acertado anteontem entre o presidente da comissão, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), e o ministro do Controle e da Transparência, Jorge Hage.
O órgão vai enviar cópias dos documentos e de provas levantadas pela CGU aos parlamentares a partir de amanhã. Biscaia disse que o material dará grande embasamento à CPI porque a descoberta da máfia das sanguessugas teve origem exatamente nas investigações da CGU.
"A CGU começou investigando prefeituras, constatou a fraude na liberação de recursos orçamentários e, a partir daí, solicitou a apuração pela Polícia Federal", lembrou o deputado. "Vamos encaminhar um ofício e toda a documentação será transferida para a CPMI. Já é um início de prova documental muito importante", ressaltou.