O presidente da Câmara, deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), afirmou hoje que é o Congresso quem decide quando o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, irá falar sobre sua participação na quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa.
Bastos enviou hoje um ofício ao Congresso sugerindo ser ouvido ainda esta semana pelos parlamentares. Inicialmente, a ida do ministro ao Congresso seria marcada para depois da Semana Santa. Agora, a expectativa é que ele seja ouvido amanhã ou quarta-feira.
Questionado sobre o depoimento, Aldo observou: "Quem decide é o Congresso. Não é o ministro quem dá a data".
Aldo não descarta a possibilidade de colocar em votação o requerimento do PPS que pede a convocação de Bastos. Os governistas trabalham para arquivar o requerimento, com o argumento de que Bastos se colocou à disposição do Congresso.
A decisão do ministro de antecipar sua ida ao Congresso foi provocada pela reportagem da revista
Veja, que circulou no último fim de semana, segundo a qual ele teria ajudado o ex-ministro Antonio Palocci a tentar encobrir seu envolvimento na violação do sigilo de Francenildo.
Por meio de sua assessoria, Thomaz Bastos rebateu a reportagem da revista e negou ter participado de qualquer esquema para tentar proteger Palocci.
Íntegra do ofício de Bastos
Veja a íntegra do ofício enviado por Thomaz Bastos ao Congresso, pedindo a antecipação de sua oitiva:
"Senhor presidente (do Congresso, Renan Calheiros),
Em respeito à harmonia dos Poderes do Executivo e Legislativo, gostaria de sugerir-lhe que, respeitada a normalidade dos trabalhos parlamentares, fosse fixado para esta semana meu comparecimento ao Congresso Nacional."