Matéria do site da revista Época divulgada há pouco pode abalar a credibilidade do discurso adotado até agora por Francenildo dos Santos Costa, o humilde caseiro que desmentiu esta semana a versão do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, de que nunca freqüentou a "casa do lobby" montada por lobistas de Ribeirão Preto.
Extratos bancários obtidos pela revista revelam que Francenildo recebeu, de janeiro para cá, R$ 38.860 em dinheiro vivo em uma conta que ele mantém na Caixa Econômica Federal, numa agência do Lago Sul, próxima à casa onde ele trabalha e mora. A reportagem não informou de quem e como obteve quebra de sigilo das contas de Nildo - cuja divulgação dos dados é ilegal.
Francenildo, por meio do seu advogado Wlício Chaveiro Nascimento, reconheceu os depósitos. De acordo com o caseiro, eles foram resultado de uma doação familiar. O advogado levou um susto no primeiro contato da revista. "Não sabia que ele tinha dinheiro. Estou defendendo ele de graça."
"Ele é filho bastardo do empresário Euripedes Soares da Silva, dono de uma empresa de ônibus em Teresina. O pai mandou este dinheiro em segredo, porque a família não sabe que ele ajuda o Francenildo", disse posteriormente o advogado à revista.
O empresário Euripedes Soares confirmou à Época que fez os depósitos para Nildo, contudo, negou ser o pai do rapaz. "O sobrenome dele é muito diferente do meu para eu ser pai dele", disse. Ele afirma que só vai explicar o motivo do depósito "depois de falar com um advogado".
Segundo o caseiro, seu pai mandou R$ 25 mil. O saque de R$ 15 mil teria sido para comprar um carro. "Ele desistiu de comprar o veículo e depositou de novo boa parte do dinheiro, cerca de R$ 13 mil".