Haddad defende realização de mais de um Enem

Renata Camargo
O ministro da Educação, Fernando Haddad, disse nesta terça-feira (16), na Comissão de Educação do Senado, que a solução dos problemas técnicos envolvendo o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) se resolve com a realização de mais de uma prova por ano. O ministro participou na manhã de hoje de audiência pública para prestar esclarecimentos sobre falhas no Enem deste ano.

"A saída adequada e já planejada é que se realizem mais edições do Enem por ano, isso vai mitigar, se não a totalidade, a quase totalidade dos problemas que o Inep enfrenta com falhas", disse. "Isso vai permitir que outras empresas entrem na disputa, e que o Enem tenha, assim, mais parceiros", completou em referência à possibilidade de mais de uma gráfica entrar na disputa para realizar o exame.

No primeiro fim de semana de novembro, cerca de 3,3 milhões de estudantes participaram do Enem 2010 em todo o país. Após a prova, estudantes reclamaram de erros na folha de respostas e no caderno de provas amarelo. Entre outras falhas, enunciados das áreas de conhecimentos estavam invertidos, se comparados ao caderno de questões. Os erros foram confirmados pelo Ministério de Educação (MEC).

Na audiência, o ministro da Educação afirmou ainda que não tira a responsabilidade do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) em relação aos problemas no Enem. Questionado pela senadora Marisa Serra (PSDB-MS) sobre sua postura de minimizar os erros do exame, Haddad rebateu dizendo que não tirou "responsabilidade do Inep".

"Não existe hipótese de o Inep varrer o problema para baixo do tapete. Às vezes, nossas palavras não são reproduzidas corretamente após uma entrevista", disse o ministro se referindo a uma entrevista dada à revista Época, em que afirma que o Inep está "isento de qualquer responsabilidade".

Para o ministro, apesar das falhas, o Enem é o melhor caminho para solucionar os entraves trazidos pelo modelo do vestibular tradicional que, segundo ele, está ultrapassado. "Estou convencido de que não há outro caminho a seguir, a não ser superar esse anacronismo da realidade educacional brasileira, que é o vestibular tradicional", disse.

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