A Procuradoria da República em Cuiabá deve encaminhar ainda hoje a denúncia contra pelo menos 50 sanguessugas à Justiça Federal. Eles são acusados de participar do esquema de venda e compra de ambulâncias superfaturadas em diversas prefeituras do país, por meio da apresentação de emendas parlamentares.
O procurador responsável pelo caso, Mário Lúcio Avelar, afirmou que vai denunciar os acusados pelos crimes de corrupção ativa e passiva, fraude em processo de licitação, crimes contra a ordem tributária e formação de quadrilha.
Na peça de acusação, o procurador sustenta que o esquema operava em três vertentes, no Ministério da Saúde, com Maria da Penha Lino; na Planam, que fornecia as ambulâncias sob as ordens de Darci José Vedoin e na empresa Frontal, responsável pelo fornecimento dos equipamentos instalados nas ambulâncias, comandada por Ronildo Medeiros.
O inquérito mostra que havia superfaturamento nos preços de ambulâncias e equipamentos, com o desdobramento da licitação, nos municípios, para que os valores não ultrapassassem a R$ 80 mil. Nos municípios, a Planam, com ambulâncias, e a Frontal, com equipamentos, disputavam as cartas convites com empresas fantasmas operadas por laranjas de Medeiros e Vedoin.
As investigações da Polícia Federal mostraram que houve casos de superfaturamento de 100% no preço das ambulâncias, com os veículos comprados a R$ 40 mil e vendidos às prefeituras por até R$ 82 mil. No período entre 2001 e 2005 foram vendidas mais de mil ambulâncias, ao preço médio de R$ 110 mil.
Na primeira fase do esquema, as prefeituras eram procuradas para saber se tinham interesse em adquirir ambulâncias. Nos municípios, a Planam, com ambulâncias, e a Frontal, com equipamentos, disputavam as cartas convites com empresas fantasmas operadas por laranjas de Medeiros e Vedoin.
Depois de acertado o esquema com as prefeituras, entravam em ação os assessores parlamentares e os parlamentares que apresentavam as emendas para liberação dos recursos do orçamento pelo Fundo Nacional de Saúde.