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Congresso em Foco
19/1/2006 | Atualizado 20/1/2006 às 6:38
Contrariando todas as previsões, o deputado Pedro Canedo (PP-GO) pediu nesta quarta-feira, no Conselho de Ética da Câmara, a cassação do deputado Professor Luizinho (PT-SP). A tendência era de que Canedo pedisse o arquivamento da representação contra o deputado petista, acusado de ter recebido R$ 20 mil do esquema do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza na campanha de 2004.
Integrantes do conselho só tinham uma dúvida a respeito do voto de Canedo: se ele seria pela absolvição ou pela suspensão do mandato. Suspensão que, aliás, o deputado do PP defendeu, no fim do ano passado, para o deputado Romeu Queiroz (PTB-MG). À época, Queiroz era acusado de ter recebido mais de R$ 450 mil de Marcos Valério, mas Canedo disse que a cassação era uma pena muito severa para alguém que admitia ter intermediado recursos.
Desta vez, no entanto, o deputado mudou de idéia. Em seu parecer, Canedo diz que "houve, sem dúvida, intermediação do parlamentar no saque efetivado pelo seu ex-assessor. Nenhum funcionário tem autonomia para obter recursos sem a intermediação do agente político. Toda a história é inverossímil: saque vultoso em espécie, pagamento em espécie com recibo que só apareceu muito tempo depois e a demora do representado em exonerar o ex-assessor".
O relator lembrou que Luizinho afirmou ter conversado apenas uma vez com seu ex-assessor de seu gabinete José Nilson dos Santos, que teria coletado os R$ 20 mil, sobre aporte financeiro para pré-candidaturas. "Não pedi e não autorizei ninguém a pedir em meu nome esses recursos, que não foram usados no meu mandato, nem na minha campanha ou na minha vida", reforçou Professor Luizinho nesta quinta-feira.
Canedo destacou, contudo, que o próprio ex-assessor e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares disseram que o deputado Professor Luizinho não teria participado, em nenhum momento, da intermediação. Para o deputado do PP, as versões contraditórias indicam que Professor Luizinho mentiu ao conselho.
A decisão sobre a cassação de Luizinho foi adiada por duas sessões plenárias. As deputadas Angela Guadagnin (PT-SP) e Neyde Aparecida (PT-GO) pediram vista do relatório. Ao final do relatório, Guadagnin disse que discorda da gravidade da pena imposta ao petista.
Pressão política
Visivelmente transtornado com a posiçãode Canedo, Professor Luizinho disse que o relator mudou o voto porque sofreu muita pressão política. O deputado do PT disse ter ficado chocado com o recurso de Canedo, e afirmou que o voto contradiz o relatório. "Foi uma pressão absurda. É óbvio que foi pela pressão política que ele mudou o relatório".
"Eu estou estarrecido, o voto contradiz o relatório. É uma arbitrariedade, uma violência. Não se pode dar a mesma pena de morte a quem bate carteira e pra quem é assassino", reclamou Luizinho. Perguntado se estava se comparando a um batedor de carteira, Luizinho tentou se explicar: "Não, não, quem passa na rua pode se confundir, eu fui confundido."
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