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Congresso em Foco
12/5/2007 | Atualizado às 10:09
“O Partido Conservador da Inglaterra ficou 12 anos defendendo as teses liberais, ficou 12 anos isolado e ficou 12 anos na oposição. Viu-se obrigado a caminhar para o centro. As demandas da sociedade obrigaram a essa troca de eixo”, garantiu o parlamentar.
Filho do prefeito do Rio de Janeiro, Cesar Maia, Rodrigo foi escolhido pelos colegas para substituir o ex-senador Jorge Bornhausen (SC) no comando da legenda e marcar o início do ciclo de mudanças esperadas pelo partido.
Ele acredita que a democracia está entrando em um novo período que exigirá a reformulação dos partidos e atribui a isso as divergências que têm surgido entre as legendas que compõem a oposição, em especial o PSDB.
“O primeiro ciclo após a redemocratização se encerrou com a eleição do presidente Lula. O País provou que sua democracia amadurecera com a garantia da alternância de poder pelo voto sem qualquer contestação ou estremecimento. Nós, democratas, achamos que estamos à frente de um novo ciclo, que implicará uma reformulação partidária que adaptará as legendas a um novo tempo. Nós estamos renovando o nosso partido para esse novo ciclo. Acho que o PSDB também entende isso”, disse à IstoÉ.
O deputado também argumentou que a maior dificuldade para se fazer oposição ao governo Lula é o distanciamento com que a população vê entre o presidente e as ações de seu governo, mas defendeu que a aproximação desses dois pontos deve ser acelerada pela oposição.
“Em todo governo populista, a imagem do presidente fica mais preservada. A avaliação que a população tem do governo federal é totalmente diferente da avaliação que tem do presidente Lula”, disse. “Em um determinado momento, essas avaliações vão convergir. Cabe à oposição ter capacidade ou não para acelerar esse processo”, destacou Rodrigo Maia.
Leia a íntegra da entrevista:
ISTOÉ – A oposição denuncia, bate, investiga, e o presidente Lula continua subindo nas pesquisas. Onde a oposição está errando?
Rodrigo Maia – Em todo governo populista, a imagem do presidente fica mais preservada. A avaliação que a população tem do governo federal é totalmente diferente da avaliação que tem do presidente Lula. Esse é o processo em governos personalistas. Primeiro, desgasta-se o governo. Em um determinado momento, essas avaliações vão convergir. Cabe à oposição ter capacidade ou não para acelerar esse processo. Nós temos que mostrar que um governo não caminha sozinho. E que o maior responsável pelo sucesso ou pelo fracasso de um governo é o presidente. Essa é a nossa missão.
A oposição tem se saído bem nessa missão?
A oposição trabalha com os instrumentos que tem. Luta contra um governo que bate recordes de gastos com publicidade. E com um presidente que tem essa capacidade de não governar, de sempre realizar eventos, criar programas que não existem. Programas que não têm nada de substancial, como esse PAC, mas que acabam por colocá-lo de uma forma positiva diante da sociedade.
O processo de reformulação dos principais partidos de oposição não acaba também preservando Lula, na medida em que o DEM e o PSDB se ocupam mais de seus problemas internos?
Não acho que haja relação entre as coisas. Está se iniciando um novo ciclo na política brasileira. O primeiro ciclo após a redemocratização se encerrou com a eleição do presidente Lula. O País provou que sua democracia amadurecera com a garantia da alternância de poder pelo voto sem qualquer contestação ou estremecimento. Nós, democratas, achamos que estamos à frente de um novo ciclo, que implicará uma reformulação partidária que adaptará as legendas a um novo tempo. Nós estamos renovando o nosso partido para esse novo ciclo. Acho que o PSDB também entende isso.
Por que isso implicava o PFL mudar de nome?
Para marcar o início de um novo tempo. O nome Partido da Frente Liberal era provisório. Ou se é um partido, ou uma frente. Como ficamos no poder muitos anos, houve uma acomodação que adiou essa mudança. O que fizemos está longe de ser uma resposta a uma crise.
E no PSDB, há crise?
O PSDB tem dois candidatos fortes à Presidência da República, Aécio Neves e José Serra. É natural, quando você tem dois grandes pólos de poder, que eles gerem alguma disputa interna enquanto operam para se consolidar. Se isso gera uma crise, eles têm que resolver de forma rápida.
O DEM não tem ainda um nome claro que possa despontar como possível candidato em 2010. Irá se unir ao PSDB na disputa eleitoral?
Nenhum partido pode trabalhar tendo como principal linha de atuação o plano de fazer aliança com um outro. É inegável que existe uma tentativa de muitos de polarizar a disputa política apenas entre PT e PSDB.
O DEM abandonou o termo liberal, que lhe concedia uma nitidez ideológica, e adotou uma denominação genérica, de democrata. O partido ficou com medo de ser de direita?
A idéia do liberalismo puro não foi vitoriosa no mundo, é preciso aceitar isso. O Partido Conservador da Inglaterra ficou 12 anos defendendo as teses liberais, ficou 12 anos isolado e ficou 12 anos na oposição. Viu-se obrigado a caminhar para o centro. As demandas da sociedade obrigaram a essa troca de eixo. Nós também precisávamos ampliar o debate com a sociedade. Eu acho o nome Democratas um nome forte. Mas não é a sigla que tem de necessariamente dar nitidez ideológica. Quem tem de dar nitidez ao partido somos nós.
E o que quer, então, o Democratas?
Um país como o que definiu Felipe Gonzáles (ex-primeiro ministro da Espanha): um Estado Garota de Ipanema. Seria um Estado enxuto, sem gordura. Mas organizado para as suas tarefas essenciais. Nós entendemos que, num país pobre como o Brasil, o Estado ainda tem de exercer um papel fundamental. Vamos defender políticas públicas. Entendemos que o Estado tem de prestar um bom serviço de saúde, de educação, de segurança pública. O Estado precisa tratar a questão do meio ambiente como prioridade. Mas isso não tem de significar querer um Estado inchado, paternalista, com 36 ministérios.
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