O preso Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, está sendo ouvido por nove integrantes da CPI do Tráfico de Armas no presídio de segurança máxima de Presidente Bernardes, no interior de São Paulo, numa sala que não tem mais que três metros de comprimento.
Algemado, Marcola está entre dois agentes penitenciários e se mantém de frente para os parlamentares. Ele evitou olhar para as câmeras de tevê e máquinas fotográficas dos jornalistas que registraram sua entrada na sala.
Segundo os cinegrafistas, ele estava bastante contrariado. Conhecido também pelo apelido de "Playboy", Marcola veste o uniforme do presídio: calça bege e camiseta branca. O que chamou a atenção foi um tênis prata e
Vermelho que ele calçava.
O depoimento deve durar a tarde toda. Os deputados querem saber qual a ligação do criminoso com o crime organizado que determinou ataques terroristas a São Paulo em maio passado, a rota usada para o tráfico de armas e se Marcola negociou ou não com autoridades do governo paulista o fim dos ataques. O detento é acusado de chefiar o crime organizado em São Paulo e ser o mandante dos ataques de terror ao estado ocorridos entre 12 e 20 de maio.