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Tucanos e pefelistas fizeram saques das contas de Valério

Congresso em Foco

11/8/2005 10:29

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A lista dos que sacaram dinheiro das contas da SMPB, agência de Valério, divulgada pela primeira vez na quarta-feira passada, não pára de crescer. Antes, havia cerca de 23 nomes no relatório expedido pelo Banco Rural. Ontem, já eram mais de 30. E o espectro político saiu dos limites da base aliada do governo Lula. Além do PT, do PP, do PL e do PTB, apareceram entre os nomes de sacadores dos R$ 25 milhões pessoas ligadas ao PSDB e ao PFL, dois dos principais partidos de oposição ao governo.

Se somar os R$ 30 milhões de saques não-identificados das contas de Valério do Banco do Brasil, o valor ultrapassa os R$ 55 milhões.

PSDB e PFL
Nestor Francisco de Oliveira, que é assessor do deputado Roberto Brant (PFL-MG), ministro da Previdência no governo Fernando Henrique Cardoso, sacou R$ 102 mil das contas da SMPB no Banco Rural. Brant afirmou que o recurso foi uma verba de campanha, doada "por fora" pela empresa Usiminas. "Quem nunca usou dinheiro não declarado no Brasil que atire a primeira pedra", justificou o deputado.

Três pessoas ligadas ao PSDB também fizeram saques bancários nas contas de Valério. Cristiano Paiva Nunes, funcionário da deputada estadual tucana Vanessa Lucas (MG) e Paulo Menecucci, que participou da campanha para prefeito do deputado estadual João Leite (PSB-MG), sacaram juntos R$ 505 mil.

Já outro tucano aparece com mais freqüência na lista dos que visitaram o Banco Rural. David Mineiro Rodrigues, policial civil de Minas Gerais, fez 11 saques nas contas da SMPB e movimentou mais de R$ 4,9 milhões. Para explicar as transações, David Rodrigues foi convocado para depor na CPI dos Correios no próximo dia 1º de agosto.

Erro
A velocidade na quantidade dos saques é tamanha que nem mesmo os técnicos da CPI mista dos Correios conseguiram contabilizá-los corretamente. Na noite de ontem, analistas da comissão avisaram que erraram ao fazer o levantamento das movimentações financeiras do empresário Marcos Valério no Banco do Brasil, pelos documentos que chegaram às mãos dos parlamentares na tarde de ontem. Valério é apontado pelo deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) como operador do mensalão.

O relator da CPI, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR) estranhou o volume de dinheiro movimentado em pouco tempo. Em um único dia, teriam saído R$ 9 milhões em espécie num único saque. Quando checaram, os analistas perceberam que estavam somando, como dinheiro diferente, o recurso que saía da conta e entrava em uma aplicação.

Mesmo assim, o dinheiro sacado das contas de Valério assustou os membros da CPI. Os documentos encaminhados pelo Banco do Brasil mostram que, nos últimos cinco anos, saíram das contas de Valério mais de R$ 30 milhões. Os parlamentares reclamam, no entanto, que essa ainda não têm a real noção da movimentação nas contas do empresário. "Os dados enviados pelo Banco do Brasil não coincidem com informações do Coaf [Conselho de Controle de Atividades Financeiras]", afirmou Serraglio.

Petistas
O envolvimento de petistas entre os que sacaram dinheiro nas contas de Marcos Valério prejudicou ainda mais o partido dentro do Congresso. O deputado Paulo Rocha, que também é presidente do PT no Pará, pediu ontem afastamento do cargo de líder da legenda na Câmara. A assessora dele, Anita Leocádia, aparece como responsável por um saque de R$ 470 mil. Em resposta às acusações, Rocha afirmou que fez os saques a mando do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e que só recebeu R$ 300 mil.

Outro petista também, o ex-presidente da Câmara deputado João Paulo Cunha (SP) chegou a cogitar a hipótese de renunciar ao seu mandato. Sua mulher, Márcia Regina Milanesi Cunha, sacou R$ 50 mil das contas de Marcos Valério. Cunha, no entanto, preferiu aguardar o esclarecimento para se pronunciar e disse a amigos que o dinheiro era para pagar dívidas de campanha.

"Há uns 20 dias tinham me falado que não iria aparecer nada. Que o saque era único e muito pequeno. Foi um erro, pois agora veio essa surpresa para mim", disse o ex-presidente da Câmara ontem. João Paulo demonstrava desânimo e parecia considerar a crise irreversível e disse que o escândalo acabará respingando no presidente Lula em "questão de dias".

Mais saques
Como João Paulo, os integrantes do PP não contavam com a possibilidade de aparecer na lista de sacadores o nome de João Cláudio Genu, chefe de gabinete do líder do partido na Câmara, José Janene (PP-PR). O assessor, segundo dados do Coaf, sacou mais de R$ 1,1 milhão das contas de Marcos Valério.

Em depoimento à comissão na última quarta-feira, o ex-tesoureiro petista Delúbio Soares afirmou que o dinheiro sacado nas contas de Valério era para pagar campanhas de candidatos do PT. Ele não quis dizer os nomes dos autorizados a fazer os saques, pois alegou que eles poderiam ser cassados. A CPI diz que já tem indícios para caçar seis parlamentares, entre eles João Paulo Cunha e Carlos Rodrigues (PL-RJ).

O deputado e sub-relator da CPI dos Correios, Gustavo Fruet (PSDB-PR), disse que os parlamentares querem ouvir as explicações dos acusados. "O fato de (o dinheiro) estar no nome deles não significa que seja ilícito. Eles vão dizer que era dinheiro de campanha, mas a maior parte dos saques ocorreu no final de 2003, um ano antes da eleição, o que complica", disse.

Para o presidente da comissão, senador Delcídio Amaral (PT-MS), a freqüência com que os saques foram feitos é um indício de irregularidades. "Pela forma dos saques, a impressão que se tem é que existe o mensalão", afirmou.



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