O ex-banqueiro Salvatore Cacciola transferido para a penitenciária Bangu 8, na Zona oeste do Rio de Janeiro, deverá dividir a cela com outros 32 presos, com nível superior.
Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária (SEAP), o espaço possuí 125,23 m², mas os presos ocupam apenas 50% do local. A cela onde se encontra Cacciola também conta com uma televisão de 14 polegadas, beliches e triliches e dois banheiros. A capacidade total do presídio é de 170 detentos, mas atualmente tem 106.
Além de dividir o espaço com outros presos, o ex-banqueiro também usa o mesmo uniforme dos demais: blusa branca e calça jeans. Segundo a Seap, ontem (18), ele almoçou, assim como os outros presos, feijoada. Cacciola deve receber visitas na próxima terça-feira (22) quando a penitenciária abre as portas para visitação.
O ex-banqueiro chegou ao Rio de Janeiro na madrugada da última quinta-feira, por volta das 4h30. Ao desembarcar disse sorridente que não era foragido da polícia.
"Fui para a Itália com passaporte carimbado, entrei na Itália e saí do livre, com decisão do ministro Marco Aurélio Mello [do Supremo Tribunal Federal, que liberou o banqueiro da prisão], cheguei na Itália em 17 de julho e estou voltando ao Brasil em 17 de julho", afirmou.
O ex-banqueiro foi condenado pela Justiça brasileira a 13 anos de prisão por gestão fraudulenta e desvio de dinheiro público. Em 1999, durante o governo Fernando Henrique, ele teria se beneficiado de informações sigilosas sobre a desvalorização do real. Estima-se que o banqueiro tenha dado um prejuízo de R$ 1,5 bilhão aos cofres públicos. (Erich Decat)