O ex-diretor de Furnas Dimas Toledo disse há pouco, na CPI dos Correios, que nunca teve padrinho político, embora ocupasse um cargo de confiança na estatal. O ex-dirigente foi apontado como autor da "lista de Furnas", levantamento com 156 nomes de parlamentares que teria recebido recursos de um suposto caixa dois de R$ 40 milhões montado na imprensa.
O deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) ressaltou que no cabeçalho da lista, feita em 2002, está escrito "recursos não-contabilizados para parlamentares". O parlamentar questionou o porquê de Dimas ter utilizado esse termo. O ex-diretor negou ter sido o autor da lista. "Estou dizendo isso porque o primeiro a usar essa expressão 'recurso não-contabilizado' foi o (ex-tesoureiro do PT) Delúbio (Soares), no ano passado", afirmou o petebista.
O ex-dirigente, que depõe com habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), disse que recorreu à liminar porque estava com medo de represálias. "Procurei o habeas corpus porque fui acusado pelo Roberto Jefferson, minha casa foi invadida pela Polícia Federal; achei melhor me resguardar", disse Dimas.
Foi nesse momento que o relator-adjunto da CPI, deputado Eduardo Paes (PSDB-RJ) interviu: "De todos os envolvidos na lista de Furnas, a Polícia Federal invadiu apenas a sua casa", questionou ao ex-diretor, ao fazer uma ilação de que a PF possa ter agido de forma política. Dimas confirmou a indagação.