Depois de passar 40 horas em poder de criminosos ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC), o repórter da TV Globo Guilherme Portanova foi libertado por volta de 0h30 desta segunda-feira, na zona oeste de São Paulo.
Ele foi solto após a emissora concordar em exibir uma gravação do PCC criticando o sistema penitenciário. Embora não estivesse ferido, Portanova estava muito assustado. Ainda na madrugada, ele prestou um rápido depoimento à polícia.
"Ninguém me agrediu, fui alimentado esse tempo todo", afirmou Guilherme Portanova, que foi levado para as proximidades da emissora no porta-malas de um carro e apenas machucou o ombro. O repórter foi seqüestrado junto com o auxiliar técnico Alexandre Coelho Calado perto da TV Globo, às 8h de sábado (12). Eles foram rendidos por dois homens e colocados dentro de um Vectra roubado.
Alexandre Calado foi libertado ontem, um pouco mais cedo que Portanova, por volta das 22h30, a menos de um quilômetro da emissora. Os criminosos deixaram um DVD com Calado e determinaram que o técnico o levasse à cúpula da TV, para transmissão imediata. Caso contrário, advertiram, o repórter seria morto. "A vida do teu colega está na tua mão", afirmaram.
Calado acrescentou que os seqüestradores levariam qualquer integrante das equipes externas de jornalismo da TV Globo. "Podia ser eu, podia ser qualquer um que estivesse lá na hora" disse Calado, que está num hotel de São Paulo, descansando com a família.