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INTERROGATÓRIO
Congresso em Foco
10/6/2025 | Atualizado às 18:39
O general da reserva Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa de Jair Bolsonaro, negou nesta terça-feira (10) ao Supremo Tribunal Federal (STF) que tenha tratado de uma minuta de golpe com os comandantes das Forças Armadas. O depoimento ocorreu durante a fase final da instrução da ação penal sobre a tentativa de impedir a posse do presidente Lula após as eleições de 2022.
"Eu nunca tratei de minuta de golpe com meus três comandantes", declarou o general ao ministro Alexandre de Moraes. Segundo ele, os documentos que mantinha na pasta eram anotações pessoais e cópias de artigos da Constituição. "Minha pasta era lotada de estudos e anotações", afirmou.
A fala diverge da versão apresentada à Polícia Federal pelo brigadeiro Baptista Júnior, ex-comandante da Aeronáutica. Em depoimento, ele relatou que, em reunião realizada em 14 de dezembro de 2022, Paulo Sérgio tentou apresentar um documento com medidas de exceção e que, diante do conteúdo, se recusou a recebê-lo e deixou o gabinete do ministro da Defesa antes do fim do encontro.
Paulo Sérgio minimizou o episódio. Disse que o brigadeiro teria apenas saído da sala por instantes e retornado em seguida. "De repente, ele foi no banheiro, passou um pouquinho, respirou, voltou e ainda a gente conversou mais algumas coisas pendentes", afirmou. O ex-ministro alegou que o encontro também tratou de temas administrativos, como orçamento e solenidades de transição de comando.
No depoimento, o general criticou trechos da narrativa de Baptista Júnior. "Eu tenho aqui um negócio para vocês lerem? De jeito nenhum", disse ao rebater a acusação de que teria apresentado uma proposta golpista. "Eu digo isso porque eu nunca tratei de minuta de golpe", reforçou.
A minuta é um dos pontos centrais da investigação. O texto, em suas diferentes versões, previa a anulação do resultado eleitoral, a decretação do estado de defesa e a prisão de autoridades, como ministros do Supremo e membros do Tribunal Superior Eleitoral. Uma das cópias foi encontrada, em 2023, na sede do PL, partido de Bolsonaro, e outra na casa do então ministro da Justiça, Anderson Torres.
O interrogatório faz parte da sequência de oitivas do chamado "Núcleo 1", grupo que inclui militares e ex-ministros suspeitos de articular a tentativa de ruptura institucional. As audiências seguem até sexta-feira (13), no STF, em Brasília.
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