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Economia
Congresso em Foco
14/9/2025 11:00
A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda efetuou uma revisão na projeção da inflação para o 2025, estabelecendo-a em 4,8% pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), anteriormente estimada em 4,9%. A previsão foi detalhada no Boletim Macrofiscal, divulgado na quinta-feira (11).
De acordo com a Secretaria, a redução na projeção inflacionária decorre de um contexto de excesso de oferta de bens em âmbito global, resultante do incremento nas tarifas comerciais, notadamente o "tarifaço" imposto ao país pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O boletim também destaca a diminuição da inflação no setor atacadista agropecuário e industrial, bem como os efeitos defasados da valorização do real, como elementos que contribuíram para a revisão da previsão.
Além disso, a estimativa considera a aplicação da bandeira amarela nas tarifas de energia elétrica em dezembro. A projeção indica que o IPCA deverá permanecer acima do teto da meta de inflação estabelecida para o ano pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), fixada em 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos, resultando em um limite inferior de 1,5% e um superior de 4,5%. Para o ano de 2026, a projeção é de que a inflação, mensurada pelo IPCA, se mantenha em 3,6%, convergindo para o centro da meta a partir de 2027.
Em relação aos demais índices inflacionários, a SPE também procedeu à revisão das estimativas. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), utilizado como referência para a definição do valor do salário mínimo e a correção de aposentadorias, manteve-se com uma variação de 4,7%, em consonância com a projeção do boletim anterior. A projeção para o Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI), que abrange o setor atacadista, o custo da construção civil e o consumidor final, apresentou uma redução de 4,6% para 2,6% no presente ano. Em virtude de sua sensibilidade aos preços no atacado, o IGP-DI demonstra maior suscetibilidade às flutuações do dólar.
No que tange à estimativa de crescimento da economia brasileira para o ano em curso, observou-se uma revisão para baixo, de 2,5% para 2,3%. O boletim justifica tal revisão com base no desempenho aquém do esperado do Produto Interno Bruto (PIB, correspondente à soma dos bens e serviços produzidos no país) no segundo trimestre, em comparação com a projeção de julho, refletindo canais de transmissão da política monetária ao crédito e à atividade. "Esse quadro de desaquecimento da atividade econômica está associado à política monetária restritiva, levando à desaceleração do crédito. Com a taxa de juros básica em 15% ao ano, já se observou redução na expansão interanual das concessões reais de crédito de cerca de 10,5% no trimestre encerrado em dezembro de 2024 para 2,4% no trimestre encerrado em julho", conforme consta no boletim.
Ainda segundo o boletim, a atividade econômica apresentou uma desaceleração acentuada no segundo trimestre. O ritmo de crescimento passou de 1,3% no primeiro trimestre para 0,4% no segundo, refletindo a queda na produção da indústria de transformação e construção, bem como a redução nos serviços prestados pela administração pública.
Sob a perspectiva da demanda, verificou-se uma desaceleração no consumo das famílias e um recuo no consumo do governo e no investimento. Em decorrência disso, a projeção de crescimento para o PIB da indústria foi revisada de 2% para 1,4%, enquanto a projeção para o PIB de serviços permaneceu em 2,1%. No que se refere ao PIB agropecuário, a projeção passou de 7,8% para 8,3%, refletindo uma maior produção esperada de milho e algodão, bem como o abate de bovinos neste ano, já considerando os impactos das tarifas adicionais impostas pelos Estados Unidos às exportações brasileiras e a mitigação desses impactos por meio do Plano Brasil Soberano.
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