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DISPUTA FAMILIAR
Congresso em Foco
2/12/2025 10:02
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro divulgou, nesta terça-feira (2), uma nota pública em que rebate as críticas feitas pelos filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro após ela condenar a aproximação do PL do Ceará com o ex-governador Ciro Gomes (PSDB). O atrito familiar ganhou força depois de Michelle se manifestar a favor da pré-candidatura do senador Eduardo Girão (Novo-CE) ao governo do estado, em evento realizado no último domingo (30/11), em Fortaleza. Para ela, o partido deve apoiar Girão em uma eventual disputa contra Ciro.
Segundo Michelle, sua posição é motivada pelas ofensas que o tucano dirigiu a Bolsonaro nos últimos anos e pelas disputas políticas entre ambos. "Eu jamais poderia concordar em ceder o meu apoio à candidatura de um homem que tanto mal causou ao meu marido e à minha família", afirmou.
A declaração, feita durante o evento no Ceará, desencadeou reações imediatas dos enteados. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) chamou Michelle de "autoritária", enquanto Carlos e Eduardo Bolsonaro afirmaram que a articulação no estado foi autorizada pelo pai.
Na nota divulgada na madrugada desta terça, Michelle diz que não pretende responder diretamente às críticas dos filhos de Bolsonaro, mas que tem o direito de expressar sua posição. "Respeito a opinião dos meus enteados, mas penso diferente e tenho o direito de expressar meus pensamentos com liberdade e sinceridade", escreveu.
A ex-primeira-dama afirmou ainda que suas escolhas são guiadas primeiro pelos papéis pessoais que ocupa. "Antes de ser uma líder política, eu sou mulher, sou mãe, sou esposa. Se tiver que escolher entre ser política, mãe ou esposa, ficarei com as duas últimas opções."
Michelle também pediu que os enteados compreendam sua postura: "Peço aos meus enteados que me entendam e me perdoem. Não foi minha intenção contrariá-los".
Críticas a Ciro Gomes
Ao longo da nota, Michelle reforça que não considera possível apoiar um candidato como Ciro Gomes. "Como apoiar um homem que foi responsável por implantar a narrativa que rotulou o meu marido como genocida?", questionou. "Ciro Gomes não é e nunca será de direita. Sempre será um perseguidor e um maledicente contra Bolsonaro", ressaltou
Para ela, uma aliança com Ciro para derrotar o PT seria incoerente com os valores da direita. "Seria o mesmo que trocar Joseph Stalin por Vladimir Lenin."
Atrito familiar: críticas públicas dos enteados
A manifestação no Ceará expôs um racha na família Bolsonaro.
Michelle, por sua vez, afirma não saber qual é a posição do marido sobre a aliança: "Tenho o direito de não aceitar isso, ainda que essa fosse a vontade do Jair (ele não me falou se é)."
Michelle conclui dizendo que seu gesto no evento de Fortaleza não foi político, mas pessoal. "No episódio de Fortaleza, eu fui apenas uma esposa defendendo o seu marido e a sua família de um homem que sempre nos atacou."
Ela afirma ainda que "muitas vezes são as esposas que mostram aos maridos que eles podem estar errando", reforçando seu papel na defesa do ex-presidente — atualmente preso na Superintendência da Polícia Federal em Brasília.
Leia a íntegra da nota de Michelle:
"Muitos têm me perguntado se vou responder às manifestações dos meus enteados: Não vou!
Vivemos tempos difíceis. Enfrentamos tempestades de injustiças em mares de perseguição agitados. Nesses períodos, é normal que os nervos fiquem à flor da pele e podemos vir a machucar aqueles a quem jamais gostaríamos de magoar.
Amo o meu marido, a minha filha e amo a vida dos meus enteados. Eu entendo e sofro a dor deles porque ela também é a minha dor. Quero lutar junto com eles pela liberdade e pela vida do meu marido porque o amo, cuidarei dele e o defenderei com unhas e dentes, como uma leoa que defende a sua família!
Eu respeito a opinião dos meus enteados, mas penso diferente e tenho o direito de expressar meus pensamentos com liberdade e sinceridade. Antes de ser uma líder política, eu sou mulher, sou mãe, sou esposa e, se tiver que escolher entre ser política, mãe ou esposa, ficarei com as duas últimas opções.
Como eu olharia nos olhos da minha filha quando ela um dia me questionasse por que eu teria apoiado (ou não falei nada quando pessoas do meu partido apoiaram) o homem que tanto mal fez ao pai dela? Desculpem-me; não sou assim! Acredito em uma política diferente. Não basta derrotar o PT e a esquerda; é preciso fazê-lo mantendo-nos fieis aos nossos valores e agirmos de maneira coerente com eles.
Foi por isso, e apenas por isso, que me manifestei no Ceará. Não podia ficar calada diante desses acontecimentos. Meu marido tem um coração bom (bom até demais!) e, por isso, tenho o dever de defendê-lo e de me manifestar contra situações que eu sei, serão prejudiciais a ele. Ciro Gomes não é e nunca será de direita. Nunca defenderá os nossos valores. Sempre será um perseguidor e um maledicente contra Bolsonaro.
No evento, vi nos olhos do povo que ama Bolsonaro, o mesmo desconforto e insatisfação que eu sinto. Penso que derrotar o PT dessa forma, seria o mesmo que trocar Joseph Stalin por Vladimir Lenin.
Aqueles que defendem essa aliança, são livres para continuar com ela, mas não deveriam me criticar por não aceitá-la. Eu tenho o direito de não aceitar isso, ainda que essa fosse a vontade do Jair (ele não me falou se é).
Muitas vezes, somos nós, esposas, que somos chamadas a mostrar aos nossos maridos que eles podem estar errando. Isso é normal em qualquer casamento e um precisa ajudar o outro. No episódio de Fortaleza, eu fui apenas uma esposa defendendo o seu marido e a sua família de um homem que sempre nos atacou.
Peço aos meus enteados que me entendam e me perdoem. Não foi minha intenção contraria-los. Eu, assim como eles, quero apenas o melhor para o nosso herói, seu pai, meu esposo e o maior líder que esse país já teve - Jair Messias Bolsonaro."
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