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Reestruturação
Congresso em Foco
20/12/2025 9:00
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira (18) que os Correios devem continuar sob controle do Estado, mas é necessário estabelecer parcerias com empresas públicas e privadas para incrementar as receitas. Ele destacou que a ampla presença dos Correios em quase todos os municípios do Brasil gera interesse para o desenvolvimento de novos negócios.
Segundo Haddad, há empresas interessadas em possíveis colaborações, incluindo a Caixa Econômica Federal. O ministro mencionou a oferta de serviços financeiros, como seguros e previdência, nas agências da estatal como uma das possibilidades.
Haddad enfatizou que qualquer empréstimo aos Correios será realizado somente com a autorização do Tesouro Nacional e em condições que o governo considere apropriadas. A primeira proposta de bancos, que apresentava juros de 136% do Certificado de Depósito Interbancário (CDI), foi rejeitada no início do mês. O Tesouro já indicou que não oferecerá garantias para operações com juros superiores a 120% do CDI.
Situação dos Correios
A situação financeira dos Correios se deteriorou nos últimos anos, com o prejuízo da estatal aumentando de R$ 633 milhões em 2023 para R$ 2,6 bilhões em 2024. Entre janeiro e setembro de 2025, o déficit acumulado atingiu R$ 6 bilhões, e a previsão é que o ano termine com um resultado negativo de até R$ 10 bilhões.
Inicialmente, a empresa solicitou um empréstimo de até R$ 20 bilhões. Haddad informou que o Ministério da Fazenda só obteve uma "radiografia correta" da situação da empresa após a mudança na diretoria, que ocorreu em setembro.
"Está tudo na mesa sobre soluções para a reestruturação. Temos uma equipe dedicada a implementar um plano de recuperação."
O ministro também mencionou que a pasta está desenvolvendo uma "linha do tempo" para mapear as decisões que levaram à crise atual. Ele destacou que os recursos destinados aos Correios não visam adiar o problema, mas sim permitir uma reorganização estrutural.
"Não é empréstimo para empurrar com a barriga, é para resolver", disse. Haddad argumentou que o serviço postal, por necessitar de universalização, não se sustenta financeiramente sem subsídios, mesmo em países considerados liberais, como os Estados Unidos e nações europeias. Segundo ele, empresas privadas tendem a atuar apenas nas áreas mais lucrativas, enquanto o serviço público assegura cobertura nacional.
"A tarifa não paga uma carta que sai do Rio Grande do Sul para o Amazonas", afirmou. Nesse contexto, ele defendeu que empresas postais costumam agregar outras atividades para garantir a sustentabilidade financeira.
Lula se opõe a privatização
"Haverá vários caminhos a explorar depois da reestruturação", disse. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reiterou que não há qualquer possibilidade de privatização dos Correios, apesar da crise financeira enfrentada pela empresa.
"Enquanto eu for presidente, não vai ter privatização. Pode ter parceria, economia mista, mas privatização não vai ter."
O presidente atribuiu parte das dificuldades da empresa a uma "gestão equivocada" e mencionou que o governo já implementou mudanças na direção dos Correios para enfrentar a situação.
Nas últimas semanas, o governo intensificou as discussões sobre um plano de socorro à estatal, que pode envolver tanto empréstimos com garantia do Tesouro quanto aportes diretos de recursos. Lula lamentou a situação financeira da empresa e ressaltou a importância estratégica dos Correios para o país, afirmando que novas medidas ainda poderão ser adotadas para recuperar a estatal.
Em relação a outras estatais, o ministro Haddad comentou sobre a confusão entre investimentos e gastos. Ele explicou que os aportes do governo para investimentos são registrados no balanço das empresas como despesas.
O ministro citou como um dos investimentos mais necessários o sistema do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), responsável por desenvolver o sistema que monitorará o pagamento de tributos em tempo real após a reforma tributária. O investimento do governo federal foi registrado como despesa.
"O sistema operacional da reforma tributária vai custar algo em torno de R$ 2 bilhões. Você está falando do maior sistema operacional tributário do mundo, 140 vezes maior do que o Pix em termos de volume de informação. Como é que você vai deixar uma reforma tributária que vai mudar a cara do país sem esse investimento?"
Haddad também mencionou o caso da Eletronuclear, empresa cuja participação acionária a Eletrobras vendeu para o grupo J&F. "Não é uma situação típica o que aconteceu com a Eletronuclear. Teve todo um imbróglio da privatização da Eletrobras, toda uma polêmica judicial", declarou Haddad.
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