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Sem novidades no front

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12/9/2007 | Atualizado às 22:17

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Celso Lungaretti*

Escrevo este artigo quando o Senado está decidindo se cassa ou não o mandato de seu presidente, Renan Calheiros. Existindo a possibilidade de um desfecho que realmente significasse um dado novo na política brasileira, poderia escrevê-lo mais tarde. Não é o caso.

A absolvição de Calheiros seria apenas a reprise da monumental pizza servida pelos três Poderes em 2005, quando permitiram que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva escapasse impune do escândalo do mensalão, apesar da fartura de evidências de sua responsabilidade por práticas delituosas, seja como mandante, partícipe ou omisso.

A condenação de Calheiros seria apenas a reprise da degola de Fernando Collor, figura de proa sacrificada sem que nada realmente se fizesse para evitar a repetição futura das mesmas práticas, inclusive pelas mesmas pessoas (já que um de seus principais escudeiros é o pivô do episódio atual). Sacia-se a sede de sangue dos cidadãos imolando-se um símbolo e os seus iguais podem respirar aliviados por algum tempo...

Salta aos olhos que, como afirmavam os estudantes rebeldes de 1968, o sistema é o xis do problema. A política foi reduzida a um palco iluminado em que canastrões se alternam fingindo tomar decisões transcendentais, enquanto, na verdade, apenas cuidam mal e porcamente do secundário.

O principal é estabelecido pelo grande capital, cujas imposições foram tão caninamente obedecidas por FHC quanto o estão sendo por Lula. A retórica muda, mas a política econômica permanece sempre idêntica.

Essa política econômica significa a prevalência dos interesses de uma ínfima minoria de banqueiros, rentistas e grandes empresários sobre os da maioria dos brasileiros, a perpetuação de uma desigualdade social gritante e aviltante, a condenação de imensos contingentes humanos a uma existência de privações inúteis, que o assistencialismo só mitiga, quando já existe capacidade produtiva para proporcionar-lhes existência digna.

Aqueles membros do Executivo e Legislativo cuja função é coonestar esse estado de coisas, servindo de biombo para esconder dos cidadãos os verdadeiros culpados por suas tragédias, já carregam a má consciência de posarem de protagonistas quando não passam de marionetes.

Que, depois de colocarem interesses particulares acima dos interesses coletivos, coloquem seus próprios interesses acima do Código Penal, é um comportamento condizente com uma organização econômica e social que erige a ganância em valor supremo.

A corrupção não passa do capitalismo levado às últimas conseqüências.

* Celso Lungaretti, 56 anos, é jornalista em São Paulo, com longa atuação em redações e na área de comunicação corporativa, e escritor. Escreveu Náufrago da utopia (Geração Editorial, 2005). Mais dele em http://celsolungaretti-orebate.blogspot.com/.

 

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