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Congresso em Foco
16/5/2021 | Atualizado 10/10/2021 às 17:08
Dentre distintas correntes do pensamento político tem se construído uma clara constatação de que o momento histórico do Brasil pode eventualmente servir como força catalisadora, após décadas de quase estagnação, para um projeto nacional em bases sólidas, que promova crescimento econômico duradouro e sustentável, ao passo em que consiga reduzir a nossa trágica desigualdade social. Isso representa um futuro cenário institucional e social que favoreça a geração de mais empregos, de expansão da renda média do brasileiro, de aumento das oportunidades para empreender localmente e de uma distribuição mais igualitária das riquezas em nosso país.
Considero que há caminhos para alcançarmos esse grande interesse da nação brasileira. Optar por um modelo próprio de crescimento nacional, baseado nas nossas oportunidades e conveniências, ao invés de replicar modelos internacionais que, deliberadamente, impõem obstáculos severos ao progresso de países com economias em desenvolvimento. Estabelecer um modelo de Estado nas suas respectivas relações com a sociedade e o próprio mercado, baseado nas nossas experiências históricas, nas nossas referências ideológicas nacionais e, principalmente, na superação das nossas desigualdades de acesso a oportunidades e direitos, em substituição à importação de referenciais teóricos internacionais que não resolverão nossas necessidades e contradições.
Temos que nos orgulhar das nossas próprias referências empresariais nacionais, sem submissão automática aos modelos de outras nações. Estabelecer políticas de industrialização e de comércio exterior que defendam os interesses nacionais, com avanço tecnológico próprio e aumento da produtividade da nossa indústria, ao invés de optar pela dependência internacional ampla e definitiva de bens manufaturados. Valorizar e proteger os nossos ativos e patrimônios nacionais, incluindo o vasto e diverso meio ambiente brasileiro, não cedendo à velha ladainha liberal, de "vender a preço de banana", o que temos de valioso e soberano, em nome de uma falaciosa saída para a tal busca da eficiência fiscal.
Investir massivamente na produção de ciência e tecnologia nacionais e apoiar a criação de redes acadêmicas de referência, se contrapondo a uma política cara e antinacionalista que faz o Brasil abandonar os investimentos públicos nessa área. Não custa também relacionar a busca desse interesse nacional à necessidade de fortalecer nossa produção cultural brasileira, apoiando os nossos talentos nas diversas linguagens artísticas, além de estimular uma maior solidariedade e senso de engajamento cívico nacional, através de uma maior participação em associações e outros coletivos comunitários, como também de nossas escolhas de hábitos de consumo e de estilo de vida que prestigiem o contexto social e ambiental do nosso país, promovendo um sentimento de maior corresponsabilidade local.
Tudo isso dará muito mais sentido e concretude ao termo "nacionalismo", hoje muito mais retórico e de simples respeito aos símbolos nacionais. Esse novo conceito é o que promoverá o mais heroico ato nacionalista que é o de defender e proteger a nossa gente, em tempos especiais de sofrimento, necessidades e escassez. Momentos duros como esses atuais podem servir para fazer florescer um verdadeiro e produtivo nacionalismo, com senso mais claro de união e convergências em torno dos interesses verdadeiramente nacionais!
*Roberto Claudio Rodrigues Bezerra, 45 anos, foi prefeito de Fortaleza duas vezes, de 2013 a 2020 e é presidente do Diretório Municipal do PDT. É médico sanitarista com PhD em Saúde Pública pela Universidade do Arizona.
O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para [email protected].

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