Entrar

    Cadastro

    Notícias

    Colunas

    Artigos

    Informativo

    Estados

    Apoiadores

    Radar

    Quem Somos

    Fale Conosco

Entrar

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigos
  1. Home >
  2. Notícias >
  3. Nos encontramos com Dondon, nos tempos de Helena

Publicidade

Publicidade

Receba notícias do Congresso em Foco:

E-mail Whatsapp Telegram Google News

Nos encontramos com Dondon, nos tempos de Helena

Congresso em Foco

13/1/2021 | Atualizado 10/10/2021 às 17:30

A-A+
COMPARTILHE ESTA NOTÍCIA

Samba no Cais do Valongo, onde os africanos escravizados chegavam ao Rio de Janeiro. [fotografo] Mariana Maiara [/fotografo]

Samba no Cais do Valongo, onde os africanos escravizados chegavam ao Rio de Janeiro. [fotografo] Mariana Maiara [/fotografo]
Marcos Roza* Em seu texto "Nos tempos de Dondon", Helena Theodoro nos leva para a sabedoria de uma vida vivida de momentos incríveis de troca de saberes e pertencimento. Observar quanto e como o grupo de familiares e de amigos eram ligados à cultura, à ancestral forma de ser negro em tudo e de absoluto valor, transporta-nos sensivelmente aos laços afetivos do texto, fazendo com que a felicidade preencha nosso peito e inevitavelmente sigamos a leitura. > Nos tempos de Dondon Adiante descobrimos que esses valores guiam homens e mulheres entorno do trabalho: fosse na fábrica, na redação de um jornal, nas instituições públicas ou num campo de futebol, afirmando a representatividade de sua família negra, urbana e politizada. A autora se apropria da lembrança de outros Natais e de tempos idos, no seio da Tijuca e adjacências, e conta-nos alegremente: "Dondon era o grande animador das festas. Muito elegante e emperdigado dançava o miudinho como ninguém, além de riscar o salão com Santinha e as mocinhas da família, fazendo com que nos transformássemos em plumas alçadas ao vento em seus volteios e rodopios". Sem falar como sua rica história nos aproxima à ânsia das crianças estimuladas a dançar, cantar, pensar...criar e adquirir tantos conhecimentos trocados entre irmãos e irmãs, tios e tias, primos e primas e quem mais quisesse chegar. Tudo em família. No quintal, na cozinha, nas quadras das escolas de samba - como extensão dos cômodos das casas, todos versavam à nossa intelectualidade: compunham sambas, tocavam instrumentos, os poemas refletiam nos sorrisos e nos abraços, e os temperos dos almoços aguçavam a curiosidade de saber o segredo das saborosas receitas da prima Andrelina. À medida que discorremos o texto, nos apaixonamos por Dondon. Quisera podermos, quando tudo isso passar admirar um tio exímio animador de festa, bom de bola e bom de samba. Voltar no tempo e aprender, desde muito cedo, a importância e a ética do quilombismo, herança histórica, que Zumbi nos deixou. Mas, a alegria continua! Nessa dinâmica, os encontros acontecem e se retroalimentam, como lembra Helena: "Aprendemos a ser irmãos e a trocar com o restante da família nossos sonhos, brinquedos e amizades. Como foram intensos os nossos encontros familiares". Momento da vida, que tudo que era tempo valia a pena. Assim, visitar os parentes na Ilha do Governador "era uma aventura fascinante". Em plena década de 1970, "um domingo na Praia da Bica era um presente dos deuses". "Lá o pagode também estava sempre presente, além do mar, da areia, do sentido de amplitude e liberdade. Tinha musica boa, fruto da união dos compositores do Salgueiro com os da União da Ilha do Governador". Encantados, assim como Helena acumulou "alegria e força" que te deram um orgulho profundo de pertencer a esta tradição cultural de origem africana, contribuímos, concluindo, que a vida não passa pura e simplesmente diante dos nossos olhos sem nos dizer e sem nos ensinar algo. As lembranças de Helena Theodoro ressignificam nosso viver e incentivam-nos a (re)criar espalhando amor e consciência racial, no tempo que Dodon jogava no Andaraí. Um tempo que inspirou saberes e que agora, no seu compasso, acreditamos "que tudo vai passar e melhores dias virão". *Marcos Roza é formado em História (PUC-RJ), atua há mais de 25 anos como pesquisador de conteúdos na área acadêmica, audiovisual e de carnaval, onde desenvolve a pesquisa e textos para filmes documentários e enredos das escolas de samba do Rio de Janeiro, dos grupos Especial e Série A, como Estação Primeira de Mangueira, Unidos da Tijuca, São Clemente, entre outras. O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para [email protected]. > Leia mais textos da coluna Olhares Negros.
Siga-nos noGoogle News
Compartilhar

Tags

Rio de Janeiro samba pessoas negras Olhares Negros Helena Theodoro Dondon Marcos Roza

Temas

Fórum

LEIA MAIS

Fórum BRICS

Hugo Motta destaca importância da união entre países membros do BRICS

BEBÊ REBORN

Eduardo Paes veta criação do Dia da Cegonha Reborn: "não dá"

ESPORTE

Ednaldo Rodrigues é afastado da presidência da CBF

NOTÍCIAS MAIS LIDAS
1

RETRATAÇÃO

Ex-ministro da Defesa pede perdão ao advogado após depoimento no STF

2

SERVIÇO PÚBLICO

Câmara acelera debate da reforma administrativa antes do recesso

3

Data simbólica

Há 63 anos, o Acre era elevado à categoria de Estado

4

CPMI do INSS

Congresso pode ter sessão conjunta na terça e instalar CPMI do INSS

5

PRÊMIO CONGRESSO EM FOCO

Prêmio Congresso em Foco: prazo para contestar lista acaba no domingo

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigosFale Conosco

CONGRESSO EM FOCO NAS REDES