Pedro Henry nega ter recebido dinheiro do mensalão

O deputado Pedro Henry (PP-MT) negou hoje (18), em depoimento prestado à Justiça Federal, ter participado do esquema de compra de votos no Congresso Nacional, conhecido como mensalão.

Durante sua defesa, Henry rebateu as acusações de que teria recebido, entre 2003 e 2004, R$ 4,1 milhões oriundos do esquema. Na época, o parlamentar era o presidente do PP. Além disso, também negou conhecer o publicitário Marcos Valério. O empresário é tido como um dos pivôs da “quadrilha”. Segundo o deputado cassado Roberto Jefferson (PTB-RJ), autor das denúncias sobre o mensalão, Marcos Valério tinha a função de distribuir mesadas de R$ 30 mil a deputados de outros partidos da base aliada.

Já  a denuncia do procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, coloca Pedro Henry no "topo" do esquema de recebimento de propina dentro de seu partido, juntamente com o ex-deputados José Janene e Pedro Corrêa (que prestou depoimento na sexta-feira, 14).  O parlamentar responde pelos crimes de corrupção passiva, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.

Apesar de negar o recebimento de propina, Henry admitiu que o PT ajudou o PP no pagamento dos honorários do advogado Paulo Goyas que preparou a defesa do ex-deputado Ronivon Santiago (PP-AC) contra ações no Tribunal Regional Eleitoral do Acre.

Pedro Henry é o quarto dos 40 acusados no mensalão a ser ouvido pela Justiça Federal. Na sexta-feira passada, Pedro Corrêa prestou depoimento em Recife. Ontem (17) foi a vez dos deputados José Genoino (PT-SP) e João Paulo Cunha (PT-SP) darem suas explicações (leia mais).

Ainda hoje (18), a juíza Maria de Fátima Costa, da 10ª Vara Criminal da Justiça Federal, ouvirá os deputados Valdemar Costa Neto (PR-SP) e Paulo Rocha (PT-PA). (Erich Decat)