Especialistas em combate à corrupção declaram apoio a Lula no segundo turno

Especialistas e pesquisadores que estudam o combate à corrupção assinaram, nesta quinta-feira (20), uma carta em apoio à candidatura do ex-presidente Lula (PT). Cinquenta e nove professores e estudiosos sobre o tema afirmam, no documento que será divulgado nesta sexta-feira (21), que o compromisso do presidente Bolsonaro (PL) contra a corrupção é apenas retórico. "Conforme evidenciado por sucessivos escândalos de corrupção, alianças com os setores mais clientelistas da política nacional, interferência política nos órgãos de investigação, desconstrução do aparato jurídico institucional de combate à corrupção, e enfraquecimento do controle social e da transparência pública", diz os estudiosos sobre Bolsonaro, que disputa a reeleição. Os professores e pesquisadores são de variadas disciplinas como Direito, Economia, Administração, História, Ciência Política e Contabilidade. Eles estão associados a instituições acadêmicas no Brasil e no exterior. Entre as instituições estão a Universidade de São Paulo (USP), Fundação Getulio Vargas (FGV), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Faculdade de Direito da Universidade de Toronto, a University College London, Universidade de Brasília e Universidade do Estado de Santa Catarina. "Expressar a convicção de que o combate à corrupção não pode ocorrer às custas da ordem democrática; a convicção de que, pelo contrário, qualquer avanço nessa matéria só será sustentável quando acompanhado pelo fortalecimento das instituições e dos valores democráticos", diz eles sobre o ex-presidente Lula. Os estudiosos também defendem que Bolsonaro representa uma ameaça à democracia. "Votar em um candidato não significa aderir ao seu governo; às vezes, só nos é dado escolher a qual governo faremos oposição. E muitos de nós, abaixo-assinados, certamente optarão por fazer oposição ao governo eleito. Mas, entre fazer oposição a um governo democrático e fazer oposição a um governo autoritário, a nossa escolha será sempre pelo governo democrático", afirmam.