Entrar

    Cadastro

    Notícias

    Colunas

    Artigos

    Informativo

    Estados

    Apoiadores

    Radar

    Quem Somos

    Fale Conosco

Entrar

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigos
  1. Home >
  2. Notícias >
  3. Legislando em causa própria

Publicidade

Publicidade

Receba notícias do Congresso em Foco:

E-mail Whatsapp Telegram Google News

Legislando em causa própria

Em artigo para o Congresso em Foco, José Serra e Aloysio Nunes criticam PEC que permite a parlamentares assumir embaixadas sem perder mandato

Congresso em Foco

2/7/2022 12:19

A-A+
COMPARTILHE ESTA NOTÍCIA

Líder do Senado apresentou requerimento seu e de Eduardo Girão para solicitar audiência pública antes de votar a PEC da transição na CCJ.. Foto: Marcos Oliveira/Ag. Senado

Líder do Senado apresentou requerimento seu e de Eduardo Girão para solicitar audiência pública antes de votar a PEC da transição na CCJ.. Foto: Marcos Oliveira/Ag. Senado
José Serra e Aloysio Nunes* O Senado Federal retomou o exame da absurda Proposta de Emenda Constitucional (PEC 34/2021) que permitiria a parlamentares assumir a chefia de embaixadas no exterior sem perda de mandato. O Congresso Nacional tem grande responsabilidade no acompanhamento da política externa brasileira. As disposições constitucionais resguardam o equilíbrio que deve haver entre os Poderes, onde o Executivo propõe e o Legislativo avalia, com isenção e objetividade, as designações a chefias de missão diplomática. O modelo vigente obedece, ainda, à relação hierárquica que garante a unidade e a coerência da política externa brasileira. Por definição e por força de suas prerrogativas constitucionais, fundamentais ao exercício de suas funções no Congresso Nacional, os parlamentares não devem e não podem se submeter à hierarquia existente no serviço exterior brasileiro. A PEC 34/2021, se aprovada, criaria graves problemas e seria, certamente, considerada inconstitucional, pela violac¸a~o a` cla´usula inerente ao regime republicano e à separação de  poderes,  causando desequili´brio institucional incompati´vel com a República. A Constituição atual, em seu artigo 52, item IV, é muito clara quando estabelece que "compete privativamente ao Senado Federal aprovar previamente, por voto secreto, apo´s arguic¸a~o em sessa~o secreta, a escolha dos chefes de missa~o diploma´tica de cara´ter permanente". Hoje, a perda do mandato do parlamentar que é nomeado embaixador,  longe de ser uma discriminação odiosa aos congressistas, como se menciona na justificativa da PEC, está de acordo com a exige^ncia de harmonia entre os poderes. O chefe de missa~o diploma´tica permanente é a mais alta autoridade brasileira no pai´s em cujo governo esta´ acreditado e representa o Estado, isto é, o poder Executivo brasileiro.  A possibilidade de retorno ao cargo do parlamentar investido da func¸a~o de embaixador, tal como proposta na PEC 34/2021, seria um retrocesso. A incompatibilidade da manutenc¸a~o do mandato de parlamentar depois de designado embaixador, em decorre^ncia dos impedimentos constitucionais a parlamentares, visa a assegurar a independe^ncia do poder Legislativo e desestimular congressistas de promoverem ingere^ncias indevidas nas esferas de atuac¸a~o do poder estatal, proibindo-se que "o parlamentar de exerça func¸a~o noutro poder", como está previsto em todas as Constituições republicanas. A função do parlamentar eleito para um mandato legislativo é a de discutir e propor legislação que vise promover e assegurar os direitos dos cidadãos e fiscalizar o Poder Executivo. A possibilidade de exercer cargo diplomático permanente não se coaduna com a essência do mandato parlamentar e do Poder Legislativo. Não menos importante é relembrar que os processos e negociações diplomáticos costumam ser de grande complexidade e longa maturação, o que exige corpo de profissionais altamente especializado. No Itamaraty, o preparo para o exercício de funções de chefia é o resultado de toda uma vida funcional de estudos e experiências voltada à formação de diplomatas comprometidos com a defesa dos interesses nacionais no exterior. A iniciativa pode ser considerada uma manobra em que parlamentares legislariam em causa própria e favoreceriam barganhas políticas pouco republicanas entre grupos parlamentares e o Executivo. Seria mais um fator de confusão criada pelo próprio Congresso. *ex-ministros das Relações Exteriores
Siga-nos noGoogle News
Compartilhar

Tags

Senado josé serra diplomacia Relações Exteriores aloysio nunes Fórum embaixadas

Temas

Fórum Opinião Congresso

LEIA MAIS

Regulamentação Profissional

Comissão aprova regulamentação para instrutores de voo livre e pilotos

Economia

Mesmo pedindo cortes, Câmara quer acúmulo de salário e aposentadoria

ENTREVISTA EXCLUSIVA

MDB considera apoiar Tarcísio ao Planalto em 2026

NOTÍCIAS MAIS LIDAS
1

ECONOMIA

Governo troca alta do IOF por novas fontes de receita; entenda

2

CÂMARA DOS DEPUTADOS

Haddad acusa deputados de "molecagem" e sessão na Câmara vira tumulto

3

INTERROGATÓRIO NO STF

Citado por Fux, Bebianno alertou em 2019 que Bolsonaro tentaria golpe

4

CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA

Governo reclassifica Instagram como impróprio para menores de 16 anos

5

APOSTAS ESPORTIVAS

CPI das Bets: senadores derrubam relatório final e livram Virginia

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigosFale Conosco

CONGRESSO EM FOCO NAS REDES