Entrar

    Cadastro

    Notícias

    Colunas

    Artigos

    Informativo

    Estados

    Apoiadores

    Radar

    Quem Somos

    Fale Conosco

Entrar

Congresso em Foco
Informativo no ar!
NotíciasColunasArtigos
  1. Home >
  2. Notícias >
  3. A guerra comercial EUA x China e os interesses no petróleo brasileiro
[Erro-Front-CONG-API]: Erro ao chamar a api CMS_NOVO.

{ "datacode": "BANNER", "exhibitionresource": "NOTICIA_LEITURA", "assettype": "NO", "articlekey": 25250, "showDelay": true, "context": "{\"positioncode\":\"Leitura_Noticias_cima\",\"assettype\":\"NO\",\"articlekey\":25250}" }

Receba notícias do Congresso em Foco:

E-mail Whatsapp Telegram Google News

A guerra comercial EUA x China e os interesses no petróleo brasileiro

Congresso em Foco

16/8/2019 8:17

A-A+
COMPARTILHE ESTA NOTÍCIA

Rodrigo Leão * Nos primeiros dias do mês de agosto, a desvalorização da moeda chinesa abalou o noticiário internacional. Foi uma resposta do governo chinês à elevação das tarifas impostas pelo governo americano aos produtos chineses. Embora a desvalorização do yuan não tenha sido bastante modesta, os analistas entenderam que, em razão desta medida, o governo chinês deve elevar o tom na guerra comercial com os Estados Unidos. As consequências dos próximos capítulos dessa guerra ainda são imprevisíveis, todavia devem afetar significativamente os principais mercados globais, como o de petróleo e gás. De acordo com o analista Dominick Chirichella, diretor de risco e negociação do Instituto de Gestão Energética de Nova Iorque, "para o curto prazo, o mercado concentrará suas atenções na guerra comercial. As manchetes sobre o comércio serão o principal vetor que direcionará os preços do mercado [de petróleo]. (...) Pode ser que o petróleo fique ainda mais barato: O Bank of America especulou, na segunda-feira, que o petróleo poderia despencar para US$ 30 por barril se a China começasse a adquirir petróleo iraniano para retaliar ainda mais Trump e suas sanções contra Teerã". Como se observa, o acirramento da guerra comercial entre China e Estados Unidos pode influenciar fortemente os rumos do preço do petróleo, tornando-o cada vez mais imprevisível ao longo do tempo, bem como impactar na política externa chinesa para o Oriente Médio. Uma potencial aproximação do Irã pode significar um afastamento dos chineses, a partir da influência americana, da Arábia Saudita. Independente dessas previsões, é inevitável que ocorra um aumento das tensões das relações exteriores entre a China, os Estados Unidos e os países do Oriente Médio, assim como uma maior incerteza sobre o futuro dos preços do petróleo. Nesse sentido, a política chinesa de diversificação dos seus fornecedores de petróleo e derivados e os investimentos de suas empresas para comprar reservas de petróleo devem ganhar ainda mais força daqui por diante. Neste contexto, enquanto não fica claro se o governo Bolsonaro embarcará nessa guerra comercial se alinhando aos Estados Unidos, a China deve acelerar ainda mais a sua entrada no setor petrolífero brasileiro. Dada a força dessa investida, o país asiático tem capacidade de acelerar a compra de ativos no Brasil. Isso, porque, embora as empresas chinesas do ramo petroquímico, petrolífero e logístico tenham realizado, de forma aparentemente dispersa, diversos investimentos no mercado de petróleo e infraestrutura em nosso país, estes obedeceram a uma estratégia articulada de inserção em terras brasileiras. Ou seja, diferentes players chineses entraram em vários segmentos da cadeia produtiva de petróleo, criando uma espécie de "verticalização da indústria chinesa a partir do petróleo brasileiro". Além dos investimentos na área de exploração e produção, a partir da compra de vários campos de petróleo do pré-sal por diferentes empresas estatais, outros players realizaram movimentos em outras áreas, desde o refino passando pela distribuição e chegando até a logística e os portos. No refino, a estatal CNPC adquiriu, em meados de 2018, uma fatia de 20% da refinaria do Comperj que será operada, após a conclusão das suas obras, por uma joint-venture entre a empresa chinesa e a Petrobras. Além disso, a empresa chinesa do ramo petroquímico, Qingdao Xinyutian Chemical, manifestou o interesse em adquirir a Refinaria Landulpho Alves-Mataripe (Rlam), localizada na região metropolitana de Salvador ainda no governo Temer, quando a Petrobras divulgou a sua primeira proposta de desinvestimento no refino em abril de 2018. As ações das empresas chinesas não se limitaram à busca pelos ativos da petrolífera brasileira, mas também à implementação de investimentos novos no refino, principalmente no Nordeste. A Sinopec, por exemplo, iniciou as conversas no ano passado para a retomada do projeto da refinaria Premium I no Maranhão - que antes estava no portfolio de investimentos da Petrobras - também com capacidade de 300 mil barris/dia. No segmento de distribuição, em março de 2018, a PetroChina (subsidiária da CNPC) comprou 30% da TT Work, empresa brasileira com sede em Recife dona da distribuidora Petronac, além dos terminais Tecomb e da logística Wega. Segundo informações do jornal Valor Econômico à época da compra, a PetroChina entraria no rol das seis maiores distribuidoras de gasolina e diesel do país adquirindo mais de dois mil postos de combustíveis - a sua maioria no Nordeste. As corporações do país asiático, além desses segmentos, investiram na logística e nos portos. Uma gigantesca estatal chinesa do ramo logístico, a CCCC, iniciou negociações para aquisição e/ou realização de novos investimentos no Porto de Suape no final de 2018. É impressionante como todos esses movimentos ocorreram nos últimos anos, permitindo a entrada de diferentes empresas em elos distintos da indústria de petróleo, mas que possuem forte encadeamento entre si. Por isso, a China parece executar uma estratégia articulada de verticalização no mercado petrolífero brasileiro. Isto é, observa-se uma ação conjunta e possivelmente coordenada de diferentes empresas para ingressar em todos os elos da cadeia produtiva do petróleo. Diferentes corporações participam de aquisições e investimentos na área de exploração e produção, refino, distribuição e logística. Embora algumas delas, como a CNPC e a Sinopec, estejam presentes em mais de um segmento, a maior parte das iniciativas tem se caracterizado pela diversificação do ingresso do capital chinês no petróleo brasileiro. De tal forma, ao invés de uma empresa atuar de maneira verticalizada, o conjunto das companhias chinesas está se inserindo no Brasil sob essa lógica, o que permite pulverizar riscos, socializar os investimentos, bem como flexibilizar e acelerar a execução dos projetos. E esses dois últimos pontos são fundamentais na atual conjuntura: flexibilidade e pujança para realização de novos investimentos. A guerra comercial exige, por um lado, cadência e cautela na realização de cada resposta geopolítica dada pelos chineses, mas, por outro, exige celeridade e visão estratégica na ocupação de espaços econômicos. Os desinvestimentos realizados pela Petrobras e a irrelevância brasileira nessa disputa abrem espaços ainda mais importantes para a entrada chinesa na indústria de petróleo brasileira. Isso tem sido feito por meio da ampliação a produção de petróleo e gás conectando-a com a logística e, posteriormente, com os portos (visando sua exportação) e/ou com as refinarias e a distribuição (a fim de realizar a transformação industrial do gás e petróleo cru em derivados para vende-los). Se, algum momento, a política externa brasileira buscou ser altiva e soberana em relação aos conflitos geopolíticos e econômicos globais, o alinhamento ideológico ao governo Trump e a crescente dependência econômica dos chineses, nos colocam numa posição de fragilidade e de subordinação. Algo que não deve mudar, independente do futuro da guerra comercial sino-americana. * Rodrigo Leão é mestre em Desenvolvimento Econômico pela Unicamp. Coordenador-técnico do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep) e pesquisador do NEC da Universidade Federal da Bahia.  > Bolsonaro cancela encontro com líder chinês após 20 minutos de atraso
Siga-nos noGoogle News
Compartilhar

Tags

Jair Bolsonaro petróleo Oriente Médio China comércio internacional estados unidos comércio exterior Donald Trump Brasil governo Bolsonaro acordo comercial Rodrigo Leão guerra comercial

Temas

Economia Mundo

LEIA MAIS

INQUÉRITO DO GOLPE

Tarcísio e Ciro Nogueira negam conhecimento sobre trama golpista

PIB EM ALTA

Puxada pela agricultura, economia cresce 1,4% no 1º trimestre

NOTÍCIAS MAIS LIDAS
1

PROFISSIONAIS DA SAÚDE

Piso salarial para dentistas e médicos avança na Câmara

2

Serviço Público

Senado aprova reajuste e novas carreiras para servidores federais

3

RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Nikolas apoia rejeição de visto dos EUA a críticos de Trump nas redes

4

VIGILÂNCIA SANITÁRIA

Senado libera perfumes e sabões artesanais de registro na Anvisa

5

ESPÓLIO ELEITORAL

Condenada e inelegível, Zambelli anuncia candidatura da mãe e do filho

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigosFale Conosco

CONGRESSO EM FOCO NAS REDES