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Manifestações

Prece contra o comunismo e spray de pimenta: veja como é o acampamento golpista

Insatisfeitos com o resultado das eleições, manifestantes pró-Bolsonaro montaram acampamento em frente ao QG do Exército para exigir golpe.

Congresso em Foco

8/11/2022 8:03

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Acampamento em frente ao QG do Exército contou com membro de grupo extremista entre os manifestantes bolsonaristas. Foto: Lucas Neiva/Congresso em Foco

Acampamento em frente ao QG do Exército contou com membro de grupo extremista entre os manifestantes bolsonaristas. Foto: Lucas Neiva/Congresso em Foco
Após a derrota eleitoral do presidente Jair Bolsonaro (PL), seus apoiadores mais radicais deram uma nova função à Praça dos Cristais, localizada em frente ao Quartel-General (QG) do Exército, em Brasília. Construído para servir como espaço de lazer aos moradores da vila militar, a praça foi transformada na morada de manifestantes tanto da capital quanto de outras cidades, que exigem um golpe militar para anular o resultado das eleições. Todo o local foi tomado pelas barracas dos manifestantes, que completam nesta segunda-feira (7) o seu oitavo dia de acampamento. Ao redor, ficam estacionados ônibus, caminhões e trailers utilizados para trazer "patriotas" dos demais estados do país. No centro, funcionam barracas funcionais: cozinhas, caminhão de som, depósitos, tendas com cadeiras para idosos, área administrativa e uma capela improvisada. Por todo o acampamento, caixas de som funcionam tocam o hino nacional e marchas militares, que competem com os gritos de protesto e com os ruídos de geradores de energia. Um espaço está sempre cheio: o trecho da praça próximo da Avenida Duque de Caxias, que separa o acampamento do QG, que também leva o nome da avenida. A massa de manifestantes vestidos de verde e amarelo e portando cartazes com os dizeres "SOS Forças Armadas" passa o dia alternando entre discursos contra as eleições e gritos de guerra, clamando para que as "Forças Armadas, salvem o Brasil".

Comércio dúbio

Em volta do acampamento, circulam vendedores ambulantes, vendendo camisetas da seleção brasileira, bandeiras, enfeites com símbolos políticos, brinquedos e sorvetes. Também estão montadas tendas de comerciantes vendendo marmitas, lanches, cervejas e churrasco. Tais itens são comumente vendidos durante manifestações em Brasília, seja de qual lado for. No canto ao sul do acampamento, porém, os itens saem do padrão. Em uma tenda pouco afastada das demais, itens de caça são ofertados ao público. Manifestantes conseguem comprar camisetas camufladas, mochilas militares, coturnos, fardas e óculos balísticos. "Essa aqui é a mesma que os americanos usam em operações, nós só tiramos as insígnias", disse um dos vendedores que tentava oferecer um modelo de farda que, de acordo com ele, estava a um preço muito abaixo do valor de mercado. No canto da tenda, um item menos inofensivo à venda. Uma caixa de sprays de pimenta, ainda lacrados. O modelo, com dois metros de alcance e capaz de bloquear tanto a visão quanto a respiração do alvo, pode ser adquirido pelos participantes por pouco mais de R$ 100 a lata. [gallery size="full" columns="1" ids="555590,555591,555593,555589,555592"]

Fartura e trabalho

Comida não falta no acampamento. Em três tendas, os manifestantes formam filas para receber um prato de comida gratuito, com direito a carnes e frutas. Além de servir como balcão, essas tendas também funcionam como depósitos, onde ficam armazenados dezenas de sacos de farinha e grãos. Também ficam pendurados galões com aberturas para doações, e cartazes com uma chave pix para o mesmo fim. A oferta de recursos humanos do acampamento já foi assunto de preocupação de um dos  organizadores, irritado com o grande número de manifestantes que ficavam nas barracas descansando ao invés de participar do ato. "A equipe que está aqui é pequena. São todos voluntários, foram tirados aí da plateia. Foram tirados de vocês. Nós estamos falando aqui, mas tem um batalhão por trás da gente organizando essa manifestação", declarou à multidão no carro de som. Dinheiro, porém, não é difícil de obter. Em uma capela improvisada, onde manifestantes passam o dia alternando entre canções religiosas e preces "para o Brasil não ser tomado pelo comunismo", as organizadoras fizeram uma breve pausa pela tarde para discutir estratégias de arrecadação. "Eu tô sugerindo, como a gente já fez antes no [carro de] som, e dizer para quem quiser doar um real, dez reais. Em menos de dois minutos se conseguiu R$ 3,6 mil de dia e R$ 3,2 mil de noite. Nós estamos todos com o mesmo objetivo", sugeriu a organizadora chamada pelas demais de "irmã Rosa". O "momento espiritual" não se limita à tenda. A cada hora, os gritos de guerra no protesto principal são substituídos por orações pedindo que Deus "tenha misericórdia do Brasil", pois "nós sabemos que muitos se separaram do Senhor, e por isso estamos na situação em que estamos". No momento em que a reportagem assistiu à prece dos manifestantes, o organizador orientou aos demais para que o fizessem com as mãos viradas para cima, pois "estamos sendo associados ao nazismo, mas não somos nazistas". Terminada a prece, retorna o tom belicoso do ato. "Abram suas lives e botem eles [Exército] para ver isso aqui. Para a gente lotar isso aqui, para eles verem o que estamos querendo. Nós fomos roubados, tivemos eleições fraudadas. E não admitimos isso aqui no Brasil", bradou ao fim da tarde um dos agitadores ao microfone. Do outro lado, a única providência no QG do Exército foi o bloqueio do estacionamento de visitantes. O Batalhão de Polícia do Exército (PE) também mantém alguns homens ao redor do acampamento, orientando os motoristas que chegam para se juntar ao protesto. Apesar da legislação proibir atos em prol de um golpe de Estado, a orientação do Ministério da Defesa é de considerar o ato como uma livre manifestação.
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