Entrar

    Cadastro

    Notícias

    Colunas

    Artigos

    Informativo

    Estados

    Apoiadores

    Radar

    Quem Somos

    Fale Conosco

Entrar

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigos
  1. Home >
  2. Notícias >
  3. Especial: jornalista do Brasil mostra impacto da violência policial ...

Publicidade

Publicidade

Receba notícias do Congresso em Foco:

E-mail Whatsapp Telegram Google News

Especial: jornalista do Brasil mostra impacto da violência policial na Nigéria

Congresso em Foco

19/11/2020 | Atualizado às 11:54

A-A+
COMPARTILHE ESTA NOTÍCIA

Manifestantes protestam pelo fim do SARS em lagos, cidade mais populosa da Nigéria, em outubro. [fotografo] Ayokanmi Oyeyemi/ Wikimedia Commons [/fotografo]

Manifestantes protestam pelo fim do SARS em lagos, cidade mais populosa da Nigéria, em outubro. [fotografo] Ayokanmi Oyeyemi/ Wikimedia Commons [/fotografo]
Fabiola Góis, de Abuja, na Nigéria Especial para o Congresso em Foco O massacre no pedágio de Lekki, no estado de Lagos, Nigéria, expôs ao mundo o inconformismo da população frente a anos de brutalidade policial no país. Na noite de 20 de outubro, integrantes das Forças Armadas da Nigéria abriram fogo contra manifestantes que pedem o fim do SARS (Esquadrão Especial Antirroubo, na sigla em inglês), acusado de 82 crimes de tortura, maus tratos e execução extrajudicial de 1997 a 2020. Imagens divulgadas pela CNN Internacional nessa quarta-feira (18) confirmam o que os manifestantes denunciam: os militares dispararam tiros de arma de fogo contra os moradores da cidade. Seriam mais de 15 mortos no tiroteio. O governo deu um jeito de impedir o acesso das famílias aos corpos das vítimas do massacre, em tese para evitar a realização da autópsia, o que comprovaria o "assassinato" desses cidadãos. [caption id="attachment_467883" align="alignleft" width="342"] Dos 200 milhões de nigerianos, 85 milhões sobrevivem com menos de US$ 2 por dia. Foto: Fabíola Góis[/caption] Mas o que chama a atenção para esses manifestos em Lagos e em outras cidades da Nigéria defendendo o #EndSars, é o sentimento de indignação de um povo cansado da falta de perspectiva de vida em um país que é a maior economia da África, com um dos maiores índices de desigualdade social do mundo. Aqui, há a maior quantidade de pessoas vivendo abaixo do nível da pobreza, em números absolutos, no mundo: aproximadamente 85 milhões de nigerianos vivem com menos de US$ 2 por dia. Protestam também contra a falta de empregos e a corrupção que assola todos os setores da sociedade. Mas esses jovens reivindicam, sobretudo, a possibilidade de sonhar em ter, pelo menos, um futuro. Para se ter uma ideia, nas ruas de Abuja, é comum haver barreiras policiais, onde integrantes das forças de segurança armados, geralmente com fuzis AK-47, pedem dinheiro para liberar os carros. Além dos crescentes conflitos, a Nigéria possui outros fatores que preocupam autoridades de todo o mundo. Entre os 54 países africanos, é o que possui a 23ª maior taxa de crescimento populacional do continente. Além disso, é o país mais populoso da África, com cerca de 200 milhões de habitantes - um em cada cinco africanos é nigeriano. Seria como abrigar a população do Brasil dentro do estado de Mato Grosso. E, como o país não realiza censo há mais de dez anos, por questões políticas, não há um número oficial da taxa de crescimento populacional. Os valores tendem a variar de 2,4% a 3,2% . Se for considerada a taxa mais alta, a Nigéria ocuparia a 5ª posição no continente africano, juntamente com Uganda. [caption id="attachment_467885" align="alignright" width="366"] Milhares de jovens sem emprego passam o dia nas calçadas e feiras de Abuja procurando trabalho. Foto: Fabíola Góis[/caption] Além disso, a Nigéria vive uma espécie de crise permanente desde a independência, em 1960, mesmo depois de passar por uma guerra civil que traumatizou a nação, a Guerra de Biafra (de 1967 a 1970). O país é dividido por tribos rivais, com crescentes números de violência doméstica, estupro, suicídio e intolerância religiosa. O regime político é opressor e dominado por grupos religiosos. Faz apenas 20 anos que há democracia no país. Com o movimento #EndSars, evidenciou-se uma polícia violenta e o uso do Exército nas ruas. Até agora, o governo nigeriano não divulgou um número oficial de vítimas. Mas testemunhas citam dezenas de mortos e feridos. A DJ Switch, que estava no tiroteio, contou, em sua conta do Twitter, que soldados armados e policiais atiraram nela e em outros manifestantes pacíficos. Ela declarou haver, pelo menos, 15 pessoas mortas nos tiroteios, e os soldados desapareceram com alguns corpos. [caption id="attachment_467886" align="alignleft" width="382"] Policial armado com metralhadora no Centro de Abuja. Foto: Fabíola Góis[/caption] As autoridades não assumem as responsabilidades. No dia seguinte ao massacre, o governador de Lagos, Babajide Sanwo-olu, negou mortos por tiros, mas depois admitiu que duas pessoas faleceram. As forças armadas se limitaram a dizer que as acusações não passam de "fake news". Revolta A maior parte dos manifestantes tem menos de 30 anos, o que representa 40% da população do país. Desde o dia do massacre, eles tentam ecoar para o mundo a realidade nua e crua de como vivem e são negligenciados. Graças às redes sociais, o movimento chegou a personalidades internacionais, como o piloto de Fórmula 1 Lewis Hamilton e a ex-modelo Naomi Campbell, que repudiaram as ações. Os nigerianos que conseguem comprar smartphones registram as cenas e disseminam rapidamente na internet. [caption id="attachment_467888" align="alignright" width="382"] Mulheres sobrevivem como podem na maior economia da África e um dos países mais desiguais do mundo. Foto: Fabíola Góis[/caption] As autoridades nigerianas estão acompanhando, temerosas, o crescimento do #EndSars. O governador do Estado de Borno, Babagana Zulum, onde o grupo terrorista e fundamentalista islâmico Boko Haram teve início, teme que o arrefecimento do movimento acabe provocando a criação de outros grupos extremistas. É que o Boko Haram, começou com protestos juvenis na cidade de Maiduguri, capital de Borno, contra o uso de capacete por motociclistas. Também tinha como pano de fundo a desigualdade social, a pobreza e a falta de acesso à educação e emprego. O que não se sabe é se a preocupação do governador faz sentido ou se apenas tenta colocar medo na população do país para evitar os protestos. Para além da preocupação de Babagana Zulum, o Governo da Nigéria conseguiu bloquear contas bancárias dos manifestantes com a desculpa de que se trataria de terroristas. Essa medida demonstra a inabilidade e sensibilidade do governo para ouvir a demanda da população e atender às reivindicações - e não cometer o mesmo erro de mais de uma década quando do surgimento do Boko Haram. O que a Nigéria mais precisa é de mais tolerância para desenvolvimento do potencial desse gigante africano. > Brasil divulgará países compradores de madeira ilegal, diz Bolsonaro
Siga-nos noGoogle News
Compartilhar

Tags

África Exército Forças Armadas violência policial Nigéria Fabíola Góis mundo End Sars #endsars Boko Haram

Temas

Reportagem Mundo Especiais

LEIA MAIS

Relações Exteriores

Brasil expressa "firme condenação" aos bombardeios israelenses no Irã

JUDICIÁRIO

Moraes pede extradição de Carla Zambelli ao Ministério da Justiça

Relações Internacionais

Ativista brasileiro em Gaza, Thiago Ávila entra em greve de fome

NOTÍCIAS MAIS LIDAS
1

SERVIÇO PÚBLICO

Câmara acelera debate da reforma administrativa antes do recesso

2

Data simbólica

Há 63 anos, o Acre era elevado à categoria de Estado

3

Segurança Pública

Comissão aprova reintegração de trechos vetados em lei das polícias

4

Educação

Deputado propõe cursos de medicina veterinária apenas presenciais

5

AGENDA DA SEMANA

Pauta da Câmara inclui derrubada do aumento do IOF e proteção ao idoso

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigosFale Conosco

CONGRESSO EM FOCO NAS REDES