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Congresso em Foco
5/1/2008 10:28
Carta Capital
Lula flerta com as elites
Apesar das recentes derrotas políticas no Congresso, a pesquisa VoxPopuli/CartaCapital/TV Bandeirantes mostra que o presidente Lula fecha 2007, o primeiro ano do segundo mandato, com apoio expressivo de Norte a Sul e de Leste a Oeste do País. Os números sorriem tanto para a atuação do governo, que alcança a aprovação de 60% da população, quanto para o desempenho pessoal do presidente, que, na soma das avaliações favoráveis – “ótimo”, “bom” e “regular positivo” –, rompe a barreira dos 70% de adesão. Até aí não há nada exatamente novo. A novidade que começa a se consolidar é a da existência de uma lenta e gradual aproximação entre aqueles brasileiros com renda familiar acima de dez salários mínimos, genericamente identificados como os “mais ricos”, e o operário que virou presidente. Os brasileiros que estão no topo da pirâmide social ensaiam um movimento político tímido em direção ao comportamento da base, onde Lula tem sólida maioria. Em outras palavras, parte da elite brasileira flerta de novo com o presidente.
As reformas que o Brasil quer
A parte mais substancial do questionário da terceira rodada da pesquisa CartaCapital/Rede Bandeirantes/Vox Populi foi dedicada a um assunto que, normalmente, recebe atenção menor em trabalhos do gênero. Pesquisas de opinião tendem a se concentrar no acompanhamento de sentimentos conjunturais: como está a popularidade de um governo, quem está na frente em uma corrida eleitoral, o que as pessoas pensam de coisas que aconteceram em determinado momento. Ao contrário disso, nossa pesquisa de dezembro voltou-se para um conjunto de temas que poderíamos considerar estruturais. Sobre eles as opiniões não mudam muito a curto prazo e, às vezes, só se modificam de fato se considerarmos períodos mais longos, de anos ou mesmo décadas. Nosso interesse foi identificar opiniões da população brasileira sobre as diversas reformas que constam da agenda legislativa e política que temos pela frente. Não tratamos de todas, mas daquelas cuja necessidade é mais consensual. Foram quatro: a reforma política, a sindical, a previdenciária e a tributária. (Marcos Coimbra, diretor do instituto Vox Populi)
Veja
Pacote de maldades
Dias antes dos feriados de fim de ano, o presidente Lula garantiu que não haveria aumento de impostos para compensar os 40 bilhões de reais que deixarão de ser arrecadados com o fim da cobrança da CPMF. Avalizadas pelas lideranças políticas do governo no Congresso, as afirmações do presidente foram elogiadas pela racionalidade política e sensatez econômica. "Tenho ojeriza à palavra ‘pacote’ ", disse Lula. "Não há razão para que se faça a loucura de tentar aumentar a carga tributária." Na semana passada, no primeiro dia útil do ano, o governo anunciou um pacote que aumenta o imposto sobre o lucro dos bancos e dobra as alíquotas para quem solicitar financiamento para comprar, por exemplo, um automóvel ou uma televisão. As medidas arrecadatórias, já em vigor, vieram acompanhadas do anúncio oficial de que o governo também pretende cortar despesas – 20 bilhões, segundo as estimativas oficiais –, embora os detalhes de como isso ocorrerá ainda não tenham sido divulgados. É bastante provável, aliás, que nem sejam. O governo brasileiro tem mostrado a vocação de sempre – não existe exemplo na história recente mundial de um governo federal que tenha reduzido seus gastos – para prodigalizar.
O barril a 100 dólares
Há dez anos, o barril do petróleo era vendido a pouco mais de 10 dólares. O mundo não sabia, mas vivia ali os dias derradeiros da fase farta e barata do combustível fóssil que impulsionou a segunda revolução industrial do século passado. Nos anos seguintes, uma conjunção de fatores, entre eles a prosperidade dos países em desenvolvimento e a instabilidade em regiões produtoras, elevou gradativamente a cotação internacional. Na semana passada, o barril atingiu o seu ápice histórico ao ser negociado, pela primeira vez, acima da barreira mágica de 100 dólares. Ajustado pela inflação, o petróleo só custara mais em 1864, logo depois da descoberta nos campos da Pensilvânia, nos Estados Unidos. Depois disso, o recorde havia sido registrado em 1980, um ano após a revolução islâmica iraniana, quando a cotação triplicou em menos de cinco anos e boa parte do planeta caiu em recessão. O preço médio de um barril chegou a 36 dólares, o que, corrigido pela inflação, equivaleria a 90 dólares.
O massacre de Iowa
Ser derrotado em Iowa não é o suficiente para estragar a candidatura de nenhum aspirante à Presidência dos Estados Unidos. Mas como dói. Sair em terceiro lugar, como aconteceu com a até recentemente favorita Hillary Clinton, foi o equivalente a um tombo espetacular logo na largada oficial da disputa. O estado de Iowa, com menos de 1% da população nacional, tem uma relevância política desproporcional a seu tamanho porque é lá que começa a escolha dos candidatos republicanos e democratas à Presidência. Eleitores comuns, mas membros de carteirinha dos dois partidos, escolhem seus preferidos – e 70% dos democratas disseram que não querem a senadora Hillary na Casa Branca. Os vitoriosos foram dois novatos que parecem despertar mais empatia junto aos respectivos eleitorados. O democrata Barack Obama, filho de pai queniano, infância passada na Indonésia e senador há apenas três anos, saiu coroado de glórias. Oito pontos porcentuais atrás, o populista bonitinho John Edwards. Entre os republicanos, ganhou Mick Huckabee, ex-governador do Arkansas, ex-pastor evangélico, ex-desconhecido nacionalmente que acredita na explicação criacionista para a origem da vida e cuja ascensão simboliza os candidatos-cometas que estão surgindo nessa emboladíssima campanha presidencial.
IstoÉ
Entrevista Carlos Lupi – O jornaleiro que virou ministro
Carlos Lupi era jornaleiro em Ipanema quando Leonel Brizola retornou do exílio em 1979. A banca onde trabalhava, como empregado e sem carteira assinada, ficava ao lado do hotel Everest, em Ipanema, onde se hospedou o velho caudilho trabalhista. Começava ali uma grande amizade que duraria 26 anos. Os diálogos duravam horas. “Só ele falava, eu só ouvia”, conta Lupi. Em 1990, sempre com ajuda de Brizola, Lupi saiu das sombras e se elegeu deputado federal. Mais tarde, ele se tornaria vice-presidente do PDT. Mas foi em 2004, com a morte do líder pedetista, que Carlos Lupi deu o seu maior salto na política: herdou o comando do PDT. Em abril de 2007, com o início do segundo mandato do presidente Lula, ele virou ministro do Trabalho. Aos 50 anos, esse ex-jornaleiro, hoje formado em administração e com especialização em economia, está no ápice de sua carreira.
Muito além do IOF
Na quinta-feira 3, o presidente Lula estava irritado. Considerava que o governo começara o ano perdendo a batalha da comunicação. Ao divulgar as medidas que tomara para compensar a perda na arrecadação de R$ 40 bilhões com o fim da cobrança da CPMF, deu-se mais ênfase ao aumento da carga tributária nas cobranças do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e da Contribuição sobre o Lucro Líquido (CSLL) do que aos cortes impostos no Orçamento. Para Lula, os impostos significavam apenas R$ 10 bilhões dos R$ 40 bilhões perdidos, enquanto o governo cortava na própria carne outros R$ 20 bilhões. Mas o que ficou para a opinião pública foi apenas o aumento de imposto. A falha teria se dado na forma como o anúncio das medidas foi feito. Erros que, de acordo com um assessor próximo ao presidente, Lula atribuía especialmente ao ministro da Fazenda, Guido Mantega.
Época
A virada dos impostos
Não façam o que eu digo nem façam o que eu faço. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva acordou diferente em 2008. Sua “ojeriza” a pacotes econômicos e sua promessa à nação de não aumentar impostos para compensar a perda de quase R$ 40 bilhões da receita da CPMF caíram por terra no primeiro dia útil do ano e atingiram consumidores, empresas e bancos como balas perdidas. A novela em torno da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CMPF) parecia rumar em 2007 para um desfecho bem diferente. Lamentava-se a perda de recursos para a já combalida Saúde no Brasil, mas o país saudou a reação equilibrada do presidente após a derrota política no Senado. Esperava-se um ano de austeridade, com cortes de gastos públicos e moderação tributária. Lula tranqüilizara a sociedade, que hoje arrasta o peso de um Estado guloso. Um Estado que consome, em impostos, mais de 36% do Produto Interno Bruto (eram 22% em 1989). O presidente Lula chegou a desmentir publicamente na última quinzena de 2007 o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Mantega anunciara um possível novo tributo para recompor o caixa federal. Na virada do ano, tudo mudou.
Temas
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