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Congresso em Foco
13/7/2005 5:02
Edson Sardinha |
Para desgosto de Ideli, Viana continua sendo ouvido durante as reuniões feitas pelos líderes partidários para discutir a pauta de votação. Depois de uma rápida ascensão política no Senado, logo em seu primeiro ano de mandato, a senadora estaria se ressentindo da falta de traquejo e de trânsito pelos bastidores do poder em Brasília. Dificuldade admitida pela própria senadora, em conversa reservada com deputados petistas mais experientes, a quem ela procurou nas últimas semanas em busca de apoio. Ainda assim, reconhecem os seus adversários, Ideli é uma das poucas figuras do partido que se dispõe, a todo custo, a defender o governo até as últimas conseqüências. O problema estaria na maneira nem sempre cordata de suas ações. E na relativa falta de habilidade em determinadas situações. Na mesma quarta-feira em que o governo foi derrotado na MP dos Bingos, os aliados levaram um susto ao perceberem que a oposição conseguiu instalar uma comissão especial para analisar a MP que fixa o salário mínimo em R$ 260,00. O Palácio do Planalto ficou ainda mais irritado ao saber que Ideli, como líder dogoverno, tinha indicado para vice-presidente da comissão o senador Paulo Paim (PT-RS), ardoroso defensor do mínimo de U$S 100. Na votação da MP dos Bingos, Ideli provocou irritação e constrangimento, inclusive na base aliada, ao afirmar que os senadores que votassem contra a medida provisória que proibia o funcionamento das casas de bingo e caça-níqueis no país estariam dando um voto favorável ao narcotráfico. O discurso, transmitido ao vivo pela TV Senado, municiou a oposição, ao despertar a lembrança de que, dias antes de editar a MP 168/04, o governo havia concluído projeto de lei regulamentando esse mesmo tipo de jogo no país. Durante o processo de votação, o PT ficou sem quatro votos que poderiam ter revertido o placar apertado de 32 a 31 em favor da rejeição da medida provisória. Além do líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), que teve de viajar para acompanhar o enterro de um familiar, não registraram presença em plenário os senadores petistas Cristovam Buarque (DF), Ana Júlia Carepa (PA) e Flávio Arns (PR). Os líderes dos demais partidos aliados não conseguiram manter a fidelidade de suas bancadas. O líder do governo no Senado, aliás, tem feito companhia a Ideli no balaio alvejado pelos críticos da articulação do governo no Congresso. A diferença está no prestígio que Mercadante mantém como parlamentar experiente e integrante da cúpula petista. Ainda assim, ele não escapa da crítica de colegas de partido, que o consideram bastante auto-suficiente e suscetível à exposição de flashes e holofotes. A própria oposição reconhece, por outro lado, que, se Mercadante estivesse presente, dificilmente o governo teria sido derrotado. O problema em relação a Mercadante não é os atritos que tem com a oposição, mas as brigas em que se mete com os próprios aliados, como o presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP) e o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Desafeto de João Paulo, com quem disputa espaço no PT paulista, Mercadante tem articulado contra a emenda da reeleição dos presidentes da Câmara e do Senado - para irritação do Palácio do Planalto, interessado na recondução de João Paulo e Sarney nos cargos. A briga com Sarney parece superada depois de um almoço entre os dois, na mesma quarta-feira da derrota da MP dos Bingos, promovido pela senadora Roseana Sarney (PFL-MA). Colaborou: Antonio Vital |
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