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Uma dinastia em busca de poder

Congresso em Foco

13/7/2005 4:46

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Sônia Mossri


Ele tem apenas 23 anos e já se dedica à manutenção da dinastia Calheiros em Alagoas. Renan Calheiros Filho, o Renanzinho, filho do senador Renan Calheiros (PMDB- AL), foi seduzido pela tradição política dos homens da família. É candidato a prefeito de Murici, a 90 quilômetros de Maceió. Conta com 80% das intenções de votos e tem tudo para suceder o tio Remi Calheiros, atual prefeito da cidade.

Tudo começou quando o patriarca da família, Olavo Calheiros, era presidente da Câmara de Vereadores de Murici antes do golpe militar de 64. A chegada dos militares ao poder teve um sabor amargo para a família. O pai se desencantou com a vida pública e se afastou da política até que a os filhos chegaram à universidade, quando se tornou prefeito da cidade e estimulou os herdeiros a participarem do movimento estudantil.

Renan presidiu o Diretório de Ciências Humanas da Universidade Federal de Alagoas. Da militância estudantil para a carreira política não demorou muito. Em 1978, se elegeu deputado estadual em Alagoas. Foi líder da Assembléia Legislativa e deu um belo presente ao pai: foi eleito deputado federal em 1982.

O irmão mais velho, Olavo, conhecido pelo pavio curto, bem diferente do estilo conciliador do senador Renan, também agitava no movimento estudantil. Em 1991, foi eleito deputado federal pelo PMDB de Alagoas com a ajuda do irmão. Renan acabou se tornando peça indispensável em todos os quatro sucessivos mandados de Olavo, puxando votos para o irmão.

Olavo é um típico representante, na Câmara, do chamado baixo clero, como são chamados os parlamentares sem muita expressão na casa, mas que fazem muito barulho na briga pela liberação de emendas que constam do Orçamento da União. Olavo tem outra diferença em relação a Renan: não morre de amores por jornalistas. Faz de tudo para evitar uma entrevista. Mesmo assim, disse ao Congresso em Foco que "Renan é o nosso líder político".

Na época de militância estudantil, Renan chegou a namorar o PCdoB. Vem dessa época a longa amizade com o ministro da Articulação Política, Aldo Rebelo, deputado federal licenciado.

"Fui militante, mas nunca fui filiado formalmente", explicou Renan. Quem acabou seduzido pelo PCdoB foi outro irmão, o deputado Renildo Calheiros (PCdoB-PE). Como Olavo e Renan, Renildo também foi militante estudantil e chegou a presidir a União Nacional dos Estudantes (UNE).

O comunista Renildo, líder do PCdoB na Câmara, fez carreira política em Pernambuco. No meio de dois insucessos eleitorais, trabalhou no governo Miguel Arraes (PSB-PE) e na prefeitura de Olinda.

Em 1986, o sonho de Renan era se candidatar ao governo de Alagoas. Como não tinha a idade mínima exigida pela legislação eleitoral da época, acabou ajudando a eleger Fernando Collor de Mello, colega do PMDB de Alagoas, que ainda lhe daria muita dor de cabeça.

Em 1989, Collor, após construir uma estratégia de marketing que o apresentava como "caçador de marajás", deixou o PMDB para se candidatar à Presidência da República. Levou com ele o amigo Renan Calheiros, que teve uma tarefa indigesta pela frente: convencer o então senador Itamar Franco a ser vice na chapa de Collor.

Graças a uma paciência quase budista, Renan conseguiu evitar dezenas de vezes que Itamar abandonasse a candidatura devido a suas conhecidas mudanças de humor. Enquanto Renan fazia campanha para o candidato collorido, seu irmão Renildo dava duro em Pernambuco para tentar eleger Lula.

Renan foi líder do governo Collor na Câmara por apenas nove meses. Não gostou do que viu na administração collorida e resolver abandonar o barco antes que ele afundasse.


Por enquanto, a política do clã dos Calheiros segue a mais pura tradição patriarcal nordestina e permanece um assunto exclusivo dos homens. As irmãs Rosa, Rosângela e Raquel nunca de candidataram a nada, mas ajudam os irmãos nas campanhas em Alagoas.

Outro irmão dos Calheiros, Robson, classificado pelo senador Renan como "o poeta da família", não gosta muito de política. Renildo e Olavo gostariam de vê-lo vereador em Murici para ajudar o sobrinho Renanzinho na prefeitura. Vai ser difícil convencê-lo. Aliás, o próprio senador avalia que o irmão não tem mesmo vocação para a política.


Colaborou Edson Sardinha

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